De acordo com a Câmara de Vila Franca de Xira, que instituiu o galardão, este tem por intuito homenagear um dos maiores criadores e intérpretes musicais portugueses do século XX, assim como incentivar a criação e a difusão de música de qualidade feita por portugueses.

O prémio tem o valor pecuniário de cinco mil euros, que será partilhado pelos dois músicos.

“Alma”, editado em março passado, é o segundo disco da fadista que, em 2012, recebeu o Prémio Amália Rodrigues Melhor Intérprete e que já tinha recebido em 2005 o Prémio Revelação. Do alinhamento do álbum, o tema “Folha”, de autoria da própria fadista, interpretado na melodia do Fado Proença, de Júlio Proença, recebeu em maio passado uma menção honrosa na International Songwriting Competition, nos Estados Unidos.

Rão Kyao explicou em comunicado o álbum "Coisas Que a Gente Sente", publicado há um ano, segundo o qual, “sentir é o que na música e na vida nos faz vibrar, ou seja, viver”. “Podemos apreciar os contornos, o virtuosismo, a forma, a proposta, a estética e todos os outros elementos da música, mas só quando ela nos toca dentro e a sentimos é que ela serve o seu propósito - elevar-nos, modificando e dando nova dimensão à nossa existência. São momentos indefiníveis, são 'coisas que a gente sente'", explicou o músico. Do alinhamento, entre outros, constam os temas “Depois de um sonho”, “Na planície”, “Ao sentir a parábola”, “Com os amigos”, “Festejando”, “No dá e dá”, “Por Shankara” e “Em Aljezur”, em que a protagonista é a flauta de cana.

No dia 12, às 21:30, os dois músicos atuam no auditório do Museu vila-franquense, assim como os músicos do JazzdoaaV. Carminho, que interpretará temas do álbum, como “Lágrimas do céu”, “Malva-Rosa”, “As pedras da minha rua” e “Meu namorado”, será acompanhada à guitarra portuguesa por Luís Guerreiro, à viola, por Diogo Clemente e, à viola baixo, por Marino de Freitas.

Atribuído anualmente, o Prémio Carlos Paredes “visa contribuir para o reforço da identidade cultural nacional, através da música, nomeadamente a de raiz popular portuguesa, procurando homenagear os maiores criadores e intérpretes musicais portugueses do século XX e incentivar a criação e a difusão de música de qualidade feita por portugueses”, segundo regulamento do prémio.

Os trabalhos discográficos “Hajime”, de André Carvalho, e “Fado Mutante”, dos Rosa Negra, foram premiados ex-aequo na edição do ano passado. Bernardo Sassetti, Mário Laginha, Pedro Jóia e Ricardo Rocha foram contemplados igualmente com este galardão.

@Lusa