Maria João Pires, de 79 anos, uma das pianistas clássicas mais prestigiadas do mundo, planeava realizar dois recitais no Colón, em 07 e 08 de outubro.

O Teatro Colón de Buenos Aires divulgou que a ucraniana Valentina Lisitsa substituirá Pires nestas duas datas, noticiou a agência Efe.

O cancelamento da digressão da artista deve-se a “problemas de saúde e à recomendação médica de não viajar”, de acordo com um breve comunicado divulgado pelo Teatro Colón.

A pianista português planeava atuar na Argentina, Colômbia, Brasil e Chile.

Maria João Pires continuará a sua digressão pela Europa, onde dará recitais em Portugal, Espanha, Alemanha, Suíça, França, Suécia, Holanda, Luxemburgo, Áustria e Bélgica, país onde reside atualmente, acrescentou a Efe.

Não se sabe se a pianista manterá os seus concertos na América do Norte, previstos para a primavera de 2024.

Maria João Pires nasceu em Lisboa, em 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada dos pianistas portugueses, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos de 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos.

Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 1970) e o Prémio Pessoa (1989).

Na década de 1970, o seu nome tornou-se recorrente nos programas das principais salas de concerto a nível mundial e nos catálogos das principais editoras de música clássica: a Denon, primeiro, para a qual gravou a premiada integral das Sonatas de Mozart (1974); a Erato, a seguir, nos anos de 1980, onde deixou Bach, Mozart e uma das mais celebradas interpretações das "Cenas Infantis", de Schumann; e depois a Deutsche Grammophon, a partir de 1989.

Maria João Pires fundou ainda, em 1999, o Centro Belgais para o Estudo das Artes, em Escalos de Baixo, Castelo Branco, um projeto educativo, pedagógico e cultural dedicado à música.

Em 2018, o projeto foi renovado e reativado como Centro de Artes de Belgais, disponibilizando retiros musicais, espaço para atuações e oficinas de música.