O álbum, constituído por oito temas, é o resultado do Fórum de Compositores de Jazz, que decorreu entre abril e julho do ano passado, em Matosinhos.

A OJM, no texto que acompanha o CD, sublinha o confronto de “personalidades musicais de quatro americanos e quatro europeus” que o fórum revelou, e o facto de ter proporcionado a encomenda de composições que o álbum regista.

As composições que fazem alinhamento do CD são apresentadas pela OJM como “as mais frescas sugestões musicais de uma elite de criadores”, composta por Ohad Talmor, Pierre Bertrand, Darcy James Argue, Steven Bernstein, Guillermo Klein, Florian Ross, Julian Arguelles e Frank Vaganée.

O compositor Ohad Talmor é um assíduo colaborador desta orquestra, e cruza diferentes tradições musicais, sendo filho de israelitas, nasceu na Suíça, onde estudou, prosseguindo os estudos em Nova Iorque.

“Étude n.º 2”, de sua autoria abre o CD, revelando “um artista multifacetado”, escreve a OJM, que acrescenta que a sua música é “simultaneamente lírica e complexa, quanto imprevisível”.

Do canadiano Darcy James Argue, a OJM toca “All In (for Laurie Frink)”. Este é o mais jovem compositor deste grupo, referindo-se no texto do CD que o seu disco editado há quatro anos “conquistou os aplausos da crítica”.

O norte-americano Steven Bernstein explora, no seu trabalho de composição, canções já conhecidas do público, nomeadamente de Prince, Grateful Dead, Nirvana e de The Rolling Stones, entre outros. Um recurso que se integra na tradição do jazz e do qual fizeram uso, entre outros, Charlie Parker, Lester Young e Miles Davis. Deste compositor a orquestra matosinhense toca “OJM”, a mais longa composição do disco, com cerca de 13 minutos.

Ainda do continente americano, vem o argentino Guillermo Klein que não se assume como compositor de jazz, mas a sua música “surpreende". Deste criador a OJM registou “Tiempo & Lugar”.

De Florian Ross, a orquestra toca “Tremor”, uma das mais curtas composições, com pouco mais de seis minutos. Sobre este criador alemão, pianista por formação, a OJM afirma que “não se prende a formatos específicos ou aos dogmas de qualquer corrente estilística”.

Do britânico Julian Arguelles, a orquestra toca “Another Escapade”, uma das mais longas peças do CD, pouco mais de oito minutos, referindo que “a sofisticação é o traço mais distintivo das suas composições, marcadas não só pelo lirismo como também pelas mais inesperadas inflexões”.

O francês Bertrand, com uma “carreira multifacetada”, tem “conquistado grande notoriedade pelo seu trabalho como compositor” e, das suas obras, a OJM toca “El Mauro”.

Ainda da ala europeia, a OJM sublinha “o estilo pessoal” do belga Frank Vaganée que, do ponto de vista criativo, “parte de influências tão cruciais como Charlie Parker, Ornette Coleman e Lennie Tristano”.

A OJM, constituída por cerca de 20 músicos, é dirigida por Pedro Guedes e Carlos Azevedo, tendo sido fundada em 1999 como uma orquestra de autores, divulgando as composições e arranjos dos seus diretores, Guedes e Azevedo.

Na compra do bilhete, no valor de 12,5 euros, cada espetador recebe o CD.

@Lusa