A notícia foi avançada pela agência EuropaPresse, que refere ainda que a delegação de Israel foi colocada numa sala separada das delegações dos outros países em competição.
A poucas horas da final do 68.º Festival Eurovisão da Canção, vivem-se momentos de tensão no concurso.
Hoje de manhã, a União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) confirmou a eliminação da competição do representante neerlandês, Joost Klein, depois de o ter suspendido dos ensaios na sexta-feira.
De acordo com a EBU, “a polícia sueca está a investigar uma queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção, na sequência de um incidente que ocorreu após a atuação de Joost Klein na semifinal de quinta-feira à noite”.
Num comunicado hoje divulgado, a EBU referiu que mantém uma política “de tolerância zero perante comportamento inadequado no evento” e está “comprometida em promover um ambiente seguro para todo o pessoal” que trabalha no concurso.
O canal holandês Avrotros, responsável pela presença dos Países Baixos na competição considerou a exclusão do concorrente “desproporcionada”, e mostrou-se “chocado com a decisão”, assegurando que voltará ao assunto “mais tarde”.
De acordo com aquele canal, Joost Klein comunicou à organização que não queria ser filmado no final da atuação, na segunda semifinal. No entanto, uma câmara aproximou-se do cantor, que acabou por fazer um gesto ameaçador ao operador do aparelho, alegou.
Além disso, meios de comunicação social noruegueses assinalam que o Reino Unido, a Itália, Suíça e Portugal consideraram desistir da competição na sexta-feira à noite. No entanto, até às 18:30 de hoje os representantes daqueles países continuavam a concurso.
Entretanto, a televisão israelita KAN confirmou nas redes sociais que a EBU pediu que a delegação do canal no concurso se mudasse para uma sala diferente daquela onde está o resto das delegações.
Embora não haja razão oficial para a mudança, a EuropaPress refere que, ao longo da semana, elementos de várias delegações denunciaram que membros da delegação israelita os perseguiram para os filmarem, depois de terem tido algum gesto relacionado com a Palestina.
Na sexta-feira, a radiotelevisão pública espanhola, RTVE, através da delegação presente em Malmö, pediu à EBU que garanta a liberdade de imprensa e de opinião durante o festival, após um incidente que envolveu um jornalista de Espanha na sala de imprensa.
O jornalista espanhol Juanma Fernández denunciou que quatro pessoas acreditadas pela delegação de Israel tentaram intimidá-lo, depois de ter gritado “Palestina livre”, após o ensaio de Eden Golan.
A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção está a ficar marcada pelo conflito israelo-palestiniano, que dura há décadas, mas intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
Desde que se soube que Israel iria participar no concurso, representado por Eden Golan, vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus à EBU para que a participação do país no concurso fosse vetada.
Na quinta-feira, milhares de pessoas percorreram as ruas de Malmö a pedir a expulsão de Israel do concurso. O protesto repetiu-se hoje à tarde.
De acordo com a agência espanhola EFE, as manifestações foram convocadas pela plataforma Parem Israel, pela paz e por Palestina livre, que agrupa mais de 60 organizações.
Israel, que é um dos 25 países que vão disputar hoje a final da Eurovisão, foi o primeiro país não europeu a poder participar no concurso de música, em 1973, e ganhou quatro vezes, incluindo com a cantora transgénero Dana International, em 1998.
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