
Em entrevista à agência Lusa, o responsável pela imagem gráfica do festival que começa hoje e decorre até sábado, no Parque da Cidade (Porto), André Cruz, explicou que a invicta e Barcelona uniram-se por uma ponte musical mas também pela "partilha da imagem".
Em 2013, toda a imagem gráfica dos dois festivais, Optimus Primavera Sound (Porto) e Primavera Sound (Barcelona) foi desenhada em Portugal, com o resultado a traduzir-se numa "experiência" para "os vários sentidos".
Nem só de música se construiu a segunda edição do Optimus Primavera Sound. "Ainda antes de estar fechada a presença das várias bandas começou a ser pensada a comunicação e a imagem do festival", explicou André Cruz.
"A verdade é que música todos os festivais têm. Mas este têm um rosto, tem uma identidade gráfica e começa a distinguir-se dos demais logo aí", apontou.
E quais são os marcadores de ADN deste festival? "Tudo parte de um jogo. Um jogo entre as sete notas musicais e as sete imagens do Tangram (um quebra-cabeças japonês formado por sete peças distintas)".
Segundo André Cruz, "é a combinação das sete notas musicais, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, que dá origens a outras variações, que se cria uma harmonia sonora que é a música".
Essa mesma "harmonia" é "criada com as sete imagens do Tangram (5 triângulos, um quadrado e um paralelogramo) quando combinadas".
Este é o jogo. "Sete notas, sete formas gráficas. Uma mistura, sobreposição que resulta numa linguagem gráfica que fala vários idiomas, assim como a música, um dó é igual no Porto ou em Barcelona", decompôs André Cruz, porque "descrever é impossível".
A imagem do festival "espalhou-se por várias cidades, internet, cartazes, até por antenas gigantes", apontou André Cruz que, disse, "é por isso uma enorme arte de comunicar uma imagem, um acontecimento".
O mesmo com o Primavera Sound, de Barcelona. "A imagem não é igual nos dois festivais, mas ambos tiveram a mesma raiz. Barcelona e Porto ligaram-se por essa partilha de imagem", apontou o gráfico.
Para André Cruz, este foi um "grande desafio", que ainda não terminou. "Eu próprio ainda não conheço todo o material. Estou ansioso por ver o resultado do Tangram nas t-shirts, por exemplo", admitiu.
E para o espetador que acompanhou a construção dessa imagem do Optimus Primavera Sound, qual é o resultado? "Uma experiência. É o espírito que define este festival. Uma experiência para todos os sentidos, da audição à visão. Até porque, por exemplo, Nick Cave ouve-se em vários palcos. Mas naquele palco vai ser único", respondeu.
@Lusa
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