Com uma programação cultural diversificada, o festival distribui-se por três locais: Museu PO.RO.S, ruínas de Conímbriga e Buracas de Casmilo, todos no concelho de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, que organiza o evento em parceria com a Orquestra Clássica do Centro e a colaboração do Museu Monográfico de Conímbriga e do PO.RO.S (Museu Portugal Romano em Sicó).

“Destaco o aspeto solidário de termos cá músicos de Odessa, o que dá uma nota sobre o que pensamos da invasão russa à Ucrânia”, disse hoje o presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, na apresentação do festival, no auditório do Museu Monográfico de Conímbriga, salientando que o Musas cruza o património musical, arquitetónico, paisagístico e histórico.

O tenor Vladyslav Gorai, o soprano Alina Tkachuk e o maestro Vyacheslav Chernukho-Volich, da Ópera de Odessa, atuam no dia 25 de setembro, nas termas do aqueduto, nas ruínas romanas de Conímbriga, num espetáculo intitulado “De Odessa a Conímbriga”.

No dia seguinte, o maestro Vyacheslav Chernukho-Volich volta a estar nas ruínas de Conímbriga, numa sessão sobre “Nós sem os outros”, em que participam Duarte Nuno Vieira, perito forense do Alto-Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, e Carlos Sousa Mendes, procurador-geral adjunto no Tribunal Constitucional.

A 30 de setembro, no encerramento do Musas, realiza-se um café-concerto no Museu PO.RO.S. com a Ensemble Orquestra Clássica do Centro, o tenor Vladyslav Gorai e o soprano Alina Tkachuk, com comentários do presidente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Mário Velindro.

O festival arranca este sábado, às 21h00, no Museu PO.RO.S, com um concerto da Orquestra Clássica do Centro, grupo Fado ao Centro e o maestro Sérgio Alapont, e prossegue no domingo nas Buracas do Casmilo, às 17h30, com um concerto comentado pela professora Helena Freitas, diretora do Parque de Serralves, em que participam a soprano Regina Freire e Fábio Fernandes, na guitarra clássica.

No dia 25, pelas 11h00, realiza-se uma visita guiada às ruínas de Conímbriga.

“O festival tem esta valência de abraçar o território. Conímbriga e Condeixa-a-Nova têm muito para dar à região Centro, não só no património, mas também em paisagem”, realçou Vítor Dias, diretor do Museu Monográfico de Conímbriga.

Salientando o facto do festival se inserir nas Jornadas Europeias do Património, a presidente da Orquestra Clássica do Centro frisou que através da música, “uma das linguagens universais, marcamos encontro neste festival das artes, que designámos de Pontes, porque sabemos da importância que a arte e a cultura reflete aquilo que vivenciamos, particularmente na Europa”.

“Por isso, pareceu-nos a todos ser sobejamente importante ter este ano aqui uma ponte muito especial com o Teatro Nacional de Odessa”, Emília Cabral Martins, aludindo à situação que se vive naquele território.

A responsável da Orquestra Clássica do Centro revelou que o tenor Vladyslav Gorai vai aproveitar a sua vinda para se encontrar com a esposa e dois filhos menores, que já não vê desde o início da invasão russa, altura em que abandonaram a Ucrânia.

Começando por lembrar que o festival teve início em plena pandemia da covid-19, sempre com muito sucesso, a diretora do Museu PO.RO.S, Ana Valadas, realçou que, sendo o tema deste ano das Jornadas Europeias do Património a sustentabilidade, o Musas “não podia estar mais de acordo a falar de sustentabilidade património material, imaterial e natural”.