
Em declarações à Lusa, o diretor artístico do FIME, João Pedro Santos, garante que, precisamente porque o festival "é e será sempre uma referência", o evento conseguiu mais uma vez diminuir custos sem prescindir da qualidade da oferta dos 12 espetáculos assim anunciados para o Auditório de Espinho.
"Todos os anos recebemos rasgados elogios a uma programação que segue sempre a mesma linha: diversidade na música erudita com solistas de primeira grandeza, jazz com grandes músicos e o Festival Júnior, cujos programas são quase sempre encomendados propositadamente para o evento", revela João Pedro Santos.
Assim se explica o facto de que "a afluência de público se tem mantido estável ou crescido ligeiramente", o que se deve não apenas a preços de bilheteira "razoáveis", mas sobretudo ao "privilégio de ouvir artistas tão conceituados numa sala que confere à música um ambiente tão intimista".
Para João Pedro Santos, esse equilíbrio entre a contratação de virtuosos e a apresentação de espetáculos a custo comportável deve-se a vários fatores.
Em primeiro lugar, há que considerar o apoio da Direção-Geral das Artes e da Câmara Municipal de Espinho, a que se juntam ainda receitas próprias da Academia de Música, que é a promotora do evento. Depois, também são de referir as negociações com os agentes dos artistas, "já que os cachês finais são substancialmente inferiores aos inicialmente pedidos", e os custos de produção dos espetáculos, que, no Auditório de Espinho, são "relativamente baixos".
"Com sala própria, passámos a economizar nos custos de montagem dos espetáculos e no aluguer de certos equipamentos", explica João Pedro Santos.
É da combinação desses elementos que o FIME vem garantindo "um público fiel que está sempre ansioso para saber a programação" e entre o qual se incluem pessoas de todo o país e mesmo da Galiza. "Por vezes até recebemos pedidos de bilhetes de outros países europeus", realça João Pedro Santos.
Para a abertura do festival de 2013 está previsto o pianista Pedro Burmester com o Quarteto de Cordas de Matosinhos, ao que se seguirá o Quarteto de Cordas Endellion, a pianista Khatia Buniatishvili, a "lenda do jazz cubano" Chucho Valdes e o violoncelista brasileiro António Meneses.
O FIME apresentará ainda "um programa dedicado ao compositor norte-americano Cole Porter em que serão intérpretes Cristina Branco e o pianista João Paulo Esteves da Silva".
Outros artistas anunciados para o Auditório são o do Ensemble Micrologus de música antiga, o grupo cómico "Les Bons Becs", dirigido pelo clarinetista Florent Héau, e a violinista Anne Akiko Meyers.
Para o encerramento está programado "um concerto marcante" protagonizado pela Orquestra Clássica de Espinho, que, sob a direção do maestro Jean-Marc Burfin, fará a estreia de 'Nocturnes Portugais', de Gaspar Cassadó, para violoncelo e orquestra. O mesmo espetáculo integra também a atuação do violoncelista Filipe Quaresma, acompanhado pela orquestra de sopros de Friedrich Gulda, e ainda o ciclo de canções "Nuits d'Été", em que esses temas de Berlioz serão interpretados pela mezzo-soprano Nora Sourouzian.
@Lusa
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