Murdering Tripping Blues @ Plano B: Elétricos e despojados em sala morna

A noite no Porto foi de protesto. Depois do anúncio das novas medidas que a Câmara Municipal pretende impor aos bares da baixa, o Plano B foi exceção e não cancelou o concerto dos Murdering Tripping Blues, que aproveitaram o espetáculo marcado em Guimarães para fazerem uma breve passagem pelo Porto. Com o mais recente “1st Time in Color” na bagagem, registo gravado em Paredes de Coura, a afluência foi fraca. Na verdade, não estariam mais de 30 pessoas a assistir.<

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Ligeiramente com menos garra do que é habitual, devido às circunstâncias, ao longo de uma hora, os Murdering Tripping Blues fizeram por atuar como se a sala estivesse composta. O concerto começou sem pausas. A Ode to Her, seguiu-se Tune In, Drop Out (ambas de “Knocking at the Backdoor Music”, de 2008) e Come Into My Waters, single mais recente de “Share the Fire”. Numa primeira interação com o público, o vocalista e guitarrista, Henry Leone Johnson, quebrou o gelo: “Parece que estamos a tocar numa biblioteca”. “Bibliotecários rockeiros”, acrescentou com humor e grande cumplicidade a teclista e segunda voz, Mallory Left Eye.

Depois da energia elétrica de Eyes Off You e Dead Cats on the Line, “uma balada para acalmar”, diz Henry. “Não vocês, para nós nos acalmarmos” -e Mallory incentiva os mais entusiastas a continuarem a gritar. My Lust cria assim um momento de descompressão, mas o gás volta em poucos minutos com Share the Fire, Broken Lovers e, do primeiro registo, Modern Times, So Simple.

O vocalista faz ainda uma rápida incursão pelo meio do público em I'll be your Narcotic, que encerrou um concerto morno, sem direito a encore, mas que comprovou uma vez mais que os Murdering Tripping Blues em palco se sentem no seu ambiente.

Texto e fotografias: Sara Santos Silva