Sidónio Pereira dirigia atualmente o projeto “Residências Fadistas no Povo Lisboa”, destinado a jovens fadistas, permitindo-lhes a sua primeira gravação em disco.

No passado dia 21 de fevereiro, o músico participou na apresentação do álbum “Compilação de fadistas do Povo”, no Museu do Fado, em Lisboa.

Natural de Ademas, no concelho de Santiago do Cacém, umas suas referências era o seu conterrâneo António Chaínho. Autodidata, começou a tocar guitarra portuguesa aos dez anos, mas, nas décadas de 1960 e 1970, participou em vários grupos de música rock e, na década de 1980, voltou a interessar-se pelo fado. Trabalhou no teatro de revista com Ivone Silva e Camilo de Oliveira.

Em palco acompanhou vários nomes, entre os quais Fernando Mauricio, Deolinda Rodrigues, Nuno da Câmara Pereira, Nuno de Aguiar, Maria Emília e Daniel Gouveia, estes três últimos numa recriação do auto fadista “O Chico do Cachené”, de Linhares Barbosa, no Teatro Ibérico, em Lisboa.

Data de 1994 o seu primeiro álbum a solo, "Guitarra Portuguesa - Musica do país de Fernando Pessoa", para uma discográfica da Bélgica, com produção de Timothy Hagelstein. Seguiram-se outros discos como o "Atlanticidades", para a Expo’98.

Interessado nos cruzamentos musicais, com a Família Vargas, criou o projeto "Flamenfado", do qual foi produzido o álbum "El Roce de las almas".

Músico residente na Loja do Povo, em Lisboa, onde dirigia as residência fadistas, editou em 2012 o CD ”Narração Exata-Sidónio Pereira”, que foi apresentado no Mercado Internacional do Disco da Música e do Entretenimento (MIDEM’2012) e distinguido pela Balcony TV Global, de Nova Iorque, como Melhor Vídeo, com o tema “Fadinho de Alcácer”.

O corpo do guitarrista é esperado pelas 11:00 de quinta-feira na Igreja da Misericórdia, no Montijo, onde será velado, seguindo o funeral para o cemitério local pelas 16:00.

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