Leo Middea é um dos finalistas do Festival da Canção RTP. Nas redes sociais, o artista brasileiro, que vive há sete anos em Portugal, revelou que tem recebido vários comentários xenófobos.

"Desde sábado os discursos de ódio têm aumentado muito. Saibam que isso só me gera mais força, porque batalhei muito para chegar. Eu amo Portugal e tem pessoas incríveis que me apoiam desde o dia em que cheguei aqui há sete anos, e não é à toa que um dos meus principais públicos atualmente são portugueses", começou por escrever o artista na sua conta no Instagram.

No texto, tal como já tinha sublinhado no Festival da Canção, Leo Middea lembra que as suas canções falam sobre Portugal: "De janeiro a março desse ano já foram 17 shows em cinco países onde o público variava entre brasileiros, portugueses, alemães, holandeses, belgas, ingleses, espanhóis, italianos. E foi bonito ver todas essas nacionalidades cantando as praias e os bairros desse país (como as canções: 'Banho de Mar' , 'Freguesia de Arroios' e 'Bairro da Graça')".

"Eles sabem que o céu de Lisboa é bonito demais ['Have you ever seen the sky of Lisbon, Lisbon, today my love?']. Cantar Portugal para o mundo é bonito, como também canto o Brasil para o mundo com toda a mistura de ritmos que existem dentro do meu próprio país", frisou.

No comunicado, o artista destacou que "celebrar a diferença é lindo". "E o amor pela música é maior que qualquer ataque. O multiculturalismo é de uma beleza sem tamanho e o intercâmbio entre ritmos e sotaques é valioso", defendeu.

"Que a gente possa, cada vez mais, poder compartilhar música pelo mundo, com todas as suas singularidades, com um grande abraço e sem preconceitos", rematou.

Nos comentários da publicação, Carolina Deslandes apoiou o colega. "Querem todos falar de sotaque brasileiro no festival, mas quando o Pepe jogou pela seleção estavam todos contentes, não é meus líricos do vale? Só são de fora enquanto não são do vosso interesse", escreveu.

"Gritam aos quatro ventos que somos os descobridores e os aventureiros, quando invadiram, mataram, e agora falam do quê? O mundo é de quem é do mundo. Somos todos uma mistura de todos os cantos. Ignorância só. Pura. A música é, entre outras coisas, a celebração da pluralidade cultural, e é incrível que faças parte disto Leo. Não deixes que o ódio manche o que te faz acordar todos os dias de manhã", rematou Carolina Deslandes.