
Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, utilizou a definição “sucesso” para o festival que faz a cidade andar “vestida de preto nestes dias”.
“[A cidade] vira uma passagem de modelos, onde os góticos se fazem passear, e é hoje apreciada pelos leirienses e, sobretudo respeitada, vencendo aquilo que era um tabu, relativamente o que era a cultura gótica. Hoje há uma relação perfeita entre os leirienses e os participantes no festival”, resumiu.
O executivo municipal deu o aval há quatro anos para a associação Fade In utilizar o castelo como palco do festival apesar dos “desafios e alguns riscos”.
“Mas desde a primeira edição que tem sido um sucesso, no respeito pelo património”, notou o também vereador da Cultura, que informou que “não houve um único incidente” num castelo com “morfologia muito adversa” que obrigasse à intervenção dos bombeiros. A ausência de incidentes é, assim, um “sinal muito positivo da qualidade dos participantes”.
Do ponto de vista cultural, o festival marcou uma “mudança estratégica da utilização” do próprio castelo, afirmou o autarca, assumindo a palavra “sucesso” também a nível económico, por a capacidade hoteleira e da restauração esgotar nesta altura.
“É um festival que atrai o maior número de nacionalidades a Portugal”, como espetadores russos, israelitas, alemães, espanhóis e brasileiros, num evento que é, porém, para um “nicho de mercado”.
Num cartaz com 13 bandas e seis estreias absolutas em Portugal, a organização destacou as atuações dos austríacos Nachtmahr e dos italianos Spiritual Front (sábado) e dos franceses Kap Bambino e dos alemães Qntal (domingo).
Através de correio eletrónico, o líder dos Spiritual Front (na foto), Simone Salvatori, não poupou elogios a Portugal e a Leiria. O vocalista da banda, definida como “mafia folk”, nota à agência Lusa que em palco os Spiritual Front tentam sempre atuar com “paixão e devoção”. “Os únicos ingredientes que conhecemos”, acrescenta o italiano, referindo que desta vez vai ser testado o formato trio em vez dos cinco elementos habituais. “Adoro Portugal e os portugueses. Gosto do ambiente, do humor, o modo de vida, de tudo", disse Salvatori.
Sobre o Entremuralhas, o italiano afirmou ser um festival que permite aos portugueses conhecer bandas “muito interessantes” e aos estrangeiros visitarem um local “tão bonito como Leiria e o seu castelo” e provarem a comida. Como espetador, o músico já manifestou satisfação por rever amigos e bandas como Triore, Nachtmahr e Naevus.
Carlos Matos, da Fade In, informou que a edição 2013 vai sair um dia do castelo e levar um espetáculo ao Teatro José Lúcio da Silva, referindo-se à atuação dos Deine Lakaien, na sexta-feira.
Para a organização, este “é um sinal de crescimento, porque envolve outros equipamentos culturais da cidade”, num ano em que outro dos grandes destaques “é que o festival continua a resistir à crise e a conseguir vender bilhetes" no estrangeiro.
O festival terá uma capacidade limitada de 737 pessoas por dia, à semelhança de edições anteriores.
O Muralhartes é o nome com que a organização batizou a programação complementar ao evento gótico que vai integrar exposições de fotografia, escultura, ilustrações, instalações e projeções cénicas.
@Lusa
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