
Anderson, que já tinha escrito um obituário emotivo para o jornal local East Hampton Star, entrou em mais detalhes neste novo artigo, onde recorda a caminhada conjunta que fizeram, desde que se conheceram, em 1992, num festival curado por John Zorn, e a tranquilidade com que Reed aceitou a sua própria morte.
No artigo, a ser incluído na edição de novembro da publicação, pode ler-se:
“O Lou e eu tocámos música juntos, tornámo-nos melhores amigos e depois almas gémeas, viajámos, ouvimos e criticámos o trabalho um do outro, estudámos coisas juntos (caça às borboletas, meditação, caiaque). Inventamos piadas ridículas; deixámos de fumar umas 20 vezes; lutámos; aprendemos a aguentar a nossa respiração debaixo de água; fomos a África; cantámos ópera em elevadores; fizemos amizade com pessoas improváveis; seguimos as digressões um do outro quando podíamos; arranjámos um cão fofo que tocava piano; partilhámos um casa distante das nossas próprias casas; protegemo-nos e amámo-nos um ao outro”.
Laurie Anderson continua:
“Como meditadores, preparámo-nos para isto – como mover a energia da barriga para o coração e através da cabeça. Nunca vi uma expressão tão repleta de contemplação no Lou como quando ele morreu. As suas mãos estavam a fazer as 21 posições de tai chi. Os seus olhos estavam bem abertos. Eu estava a segurar nos meus braços a pessoa que mais amei em todo o mundo, e a falar com ele quando ele morreu. O seu coração parou. Ele não estava com medo. Eu havia começado a caminhar com ele até ao fim do mundo. A vida – tão bela, dolorosa e deslumbrante – não fica melhor do que isto. E a morte? Eu acredito que o propósito da morte é a libertação do amor”.
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