![Integrantes das Pussy Riot libertadas após amnistia do Kremlin](/assets/img/blank.png)
As duas jovens, detidas em março de 2012 por vandalismo e incitação ao ódio religioso, cumpriam uma pena de dois anos de detenção depois de cantarem uma oração punk contra Putin. A condenação de dois anos terminaria em março de 2014.
Alyokhina, de 25 anos, "foi libertada hoje (segunda-feira) por volta das 9h00 da manhã", indicou à AFP Elena Nikoshova, porta-voz do serviço de aplicação de pena (FSIN) da região de Nizhni Nóvgorod. Depois de ser transferida para estação de comboios da capital da região, a jovem libertada dirigiu-se à Comissão contra a Tortura da cidade para explicar o destino das suas companheiras de detenção. "O mais difícil na prisão é ver como nos destroem", comentou Alyokhina à rede de televisão Dojd.
A cantora criticou a lei de amnistia que permitiu a sua libertação, aprovada na quarta-feira pelo Parlamento russo e que prevê amnistiar, entre outras, as pessoas condenadas por vandalismo e as mães de menores. "Não creio que esta amnistia seja um gesto de humanismo, mas uma operação de relações públicas", declarou a jovem, mãe de um menino. "Se tivesse tido a possibilidade, teria-a rejeitado", acrescentou, denunciando uma lei que permite a libertação de muito poucos presos, nem mesmo 10% do número total.
Alyokhina, que indicou não ter mudado de opinião sobre Putin, foi condenada a dois anos de prisão em 2012 por vandalismo e incitação ao ódio religioso, juntamente com Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich.
A última integrante libertada do grupo Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, criticou, também nesta segunda-feira após a sua libertação, o sistema carcerário russo. "A Rússia está construída com base no modelo de uma colónia penitenciária, por isso hoje é tão importante mudar as colónias penitenciárias para mudar a Rússia", declarou, anunciando que se dedicará a defender os direitos dos preços.
As três Pussy Riot cantaram uma oração punk contra Putin na catedral Cristo Salvador de Moscovo em fevereiro de 2012.
Alyokhina e Tolokonnikova foram amnistiadas na semana passada por uma lei votada pela Duma, câmara baixa do Parlamento russo. Samutsevich, por sua vez, havia sido colocada em liberdade condicional em 2012, poucos meses depois de ser condenada. A justiça considerou que a jovem havia sido interceptada pelos guardas da catedral e, por isso, não participou na ação. Numa entrevista à rede de televisão Dojd, esta terceira componente do grupo disse estar muito feliz com a libertação de Alyokhina.
A condenação das jovens provocou grande comoção internacional e mobilizou muitos apoios, entre eles as de Madonna e Paul McCartney, que pediram a sua libertação.
@AFP
Comentários