Em comunicado, a SFIA explicou que esta iniciativa surge graças a uma sócia benemérita e visa ter um parecer técnico certificado para que a música volte à sala, cumprindo com as imposições judiciais.

O espaço centenário, pertencente à SFIA, é gerido há 12 anos pela associação cultural Alma Danada, que restaurou o edifício situado na zona velha de Almada e o dedicou à música.

Na sequência de uma ação de particulares contra a Alma Danada e a SFIA, por alegado incómodo causado por ruído sonoro, o Tribunal Judicial de Almada decidiu suspender, a partir de 14 de fevereiro e até à realização de obras de insonorização, os espetáculos ao vivo que decorriam no Cine Incrível.

Por esta casa já passaram muitos nomes conhecidos do rock português, entre os quais a banda icónica de Almada UHF, Tim, dos Xutos & Pontapés, Carlão e os Clã, dando também palco a bandas emergentes.

Para este ano tinham já agendados 50 concertos.

A Incrível Almadense, na qualidade de proprietária do Cine Incrível, referiu, em comunicado, que mantém toda a disponibilidade para, em conjunto com a Alma Danada, e no respeito integral da sentença judicial manter em funcionamento este espaço cultural da cidade, “que se tornou referência a nível local, mas também nacional”.

Assim, está prevista a adaptação da atividade até que sejam possíveis obras de insonorização que permitam a retoma de espetáculos de música ao vivo.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da direção da Incrível Almadense disse que esta situação "é uma facada monumental no tecido cultural de Almada e no distrito de Setúbal", e que as obras necessárias são de elevado valor pelo que a coletividade precisa de apoios públicos.

A sala, adiantou Fernando Viana, tinha uma programação considerada notável a nível nacional e internacional, com vários concertos de jazz, metal e rock pelo que o seu fecho enquanto tal “vai trazer um vazio cultural”.

Entretanto, um grupo de apoiantes e músicos do Cine lançou uma campanha de angariação de fundos para o pagamento do processo judicial que teve um custo de sete mil euros.

Até ao momento foram angariados 677 euros.

O Bloco de Esquerda de Almada lamentou também a situação e comprometeu-se a procurar soluções que mantenham a atividade cultural e social do espaço.