O resultado das negociações pode ter uma repercussão importante no setor, uma vez que dois dos atores mais poderosos das indústrias da música e tecnologia disputam o poder num cenário de incerteza envolvendo o uso da IA.

No início de fevereiro, as canções de Taylor Swift, BTS e Drake foram retiradas do TikTok, após a interrupção das conversas com a Universal sobre a renovação do seu acordo de direitos, que expirava a 31 de janeiro. Esta semana, a plataforma começou a retirar a música de todos os artistas ligados ao vasto catálogo editorial da Universal, por exigência da multinacional. Todas as canções escritas por compositores do Universal Music Publishing Group foram removidas.

O TikTok informou que continua "comprometido em chegar a um acordo igualitário" com a gigante da música. “A suas ações não afetam apenas os compositores e artistas que representam, mas também muitos artistas e compositores que não assinaram com a Universal."

"Valor justo"

A Universal contra-atacou na sexta-feira em comunicado aberto aos seus compositores, no qual apontou que o TikTok “não concordou em reconhecer o valor justo" da sua música. Além dos royalties, a plataforma "nega responder às nossas preocupações sobre a IA privar os compositores de uma compensação justa, ou a garantir que eles não treinarão os seus modelos de IA na sua música”, declarou a editora.

Propriedade da empresa chinesa ByteDance, o TikTok é uma das redes sociais mais populares do mundo. É uma plataforma importante para os artistas emergentes, e as editoras utilizam-na como ferramenta promocional.

O TikTok havia acusado a Universal de colocar “a ganância” acima dos interesses dos artistas, enquanto a Universal alegou que o TikTok “tenta construir um negócio baseado na música sem pagar um valor justo” por isso.