Decorreu nos passados dias 25 e 26 de Maio o festival "Sons Urbanos"?, o primeiro evento produzido pelo
Palco Principal e Academia das Artes da
Maia, que levou ao palco principal do Fórum da
Maia dez bandas portuguesas com uma missão em comum: "reflectir a elevada qualidade e potencial do actual panorama musical nacional"?. Um êxito, que se espera poder repetir brevemente.
Os
Quest, banda oriunda da
Maia, fizeram as honras da casa e brindaram o público com sonoridades rock'n'roll, entre as quais constou "Verdinho, meu verdinho"?, uma música popular por eles reinventada, que conquistou o 2º prémio do Festival "Garagens do Pop- Rock EDMMM 2006"?, realizado em Julho de 2006, também no Fórum da
Maia.
Seguiram-se os
Sr. Acaso e a promessa de "uma actuação marcada por muita energia"?. O prometido é devido e os presentes foram contemplados com uma performance electrizante, assinalada por uma vasta diversidade instrumental, profundas variações de voz e enigmáticos efeitos sonoros.
Mais uma promessa feita, desta vez, por os
Teia, banda rock portuense que garantiu a todos os presentes "diversão da rija"?. Numa explosão de vivacidade e inquietação, apresentaram, entre outros, "Sonho e Selvas"?, "Hiperfone"? e "Mentirosos do bem"?, temas que abarcam as mais díspares influências musicais e que compõem o EP "Lengalenga"?, editado em Abril.
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A penúltima actuação da noite ficou a cargo dos
Gram Positivo, que exibiram um projecto amadurecido repleto de sonoridades distintas, oscilando entre o rock, o acid jazz, o funk e os blues. Numa performance que se revelou tímida, houve, contudo, espaço para o improviso, quando Pedro Ruão, o vocalista da banda portuense, chamou ao palco dois elementos dos Raptórica para juntos cantarem o tema "Só mais um tempo"?.
Os
Raptórica, um grupo de hip-hop / rap natural de Lisboa, finalizaram o primeiro dia do festival com alguns exemplares do seu novo álbum, de nome "Poesia"? - uma actuação que se distinguiu pela forte interacção e comunicação com os espectadores mais resistentes.
O segundo dia do festival começou com bastante garra ao ritmo do hip-hop inovador dos
Movimento Perfeito, um grupo de Lisboa, que já conta com cinco anos de existência. Durante cerca de 40 minutos, os quatro mc's que o constituem chamaram a atenção dos espectadores, através de versos e melodias, para certos temas delicados e controversos que coexistem na sociedade actual.
Sucederam-lhes os
Elfland e, com eles, a primeira e única presença feminina em todo o festival: Susana Ribeiro, a vocalista da banda. Uma voz, simultaneamente, doce e melancólica, que presenteou a assistência com um eclético reportório, do qual fizeram parte alguns temas do EP homónimo, tais como a misteriosa "My contradictions"? e a intensa "I'm still calling you"?.
Uma presença poderosa e uma notável interacção com o público foram as imagens de marca dos
Falling Eden, que, em resposta a um rock vigoroso e arrojado, arrebataram efusivas aclamações e constantes aplausos da audiência exigente.
Criatividade não faltou na quarta actuação da noite. Naturais da
Maia, os
Skeezos apresentaram-se descontraídos, ostentando um rock moderno com ligeiras influências pop. Sobressaiu uma sensibilidade plena num grupo que pretende, através da música que compõe, expressar "uma evidente intensidade de sentimentos"?.
O último desempenho da noite e, também, do festival ficou a cargo dos
Los Amanita, que embalaram o público numa mescla de ritmos dançáveis, nos quais se incluíram o rock dos anos 80, o reggae e o jazz. Cadências caricatas, instrumentais surpreendentes e uma alegria contagiante conquistaram os apetites do público, que lhes dedicou a maior ovação da noite.
Um rock audacioso e um hip-hop talentoso foram, então, as sonoridades a reter deste festival integrado no Festival da Música da
Maia, que contou com o apoio incondicional da Câmara Municipal da
Maia, do Pelouro da Cultura e da Academia das Artes da
Maia.
Texto: Sara Novais.
Fotos: João Messias e Alexandre Coelho.
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