O programa do festival - assume o seu diretor artístico, Miguel Sobral Cid - explora "dois binómios, ambos constituídos por parcelas aparentemente opostas, tradição/contemporaneidade e rural/urbano".

Organizado pelo Orfeão de Leiria, o festival joga com a conciliação desses opostos e, por isso, diversos espetáculos cruzam personalidades artísticas diferentes, tentando encontrar pontos de equilíbrio.

Miguel Sobral Cid, que também é diretor adjunto do Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, destaca exatamente esse cruzamento de diferentes personalidades, ao longo do festival, com o encontro de dois artistas, "quer em concertos em que aparecem dois pianistas a tocar em conjunto, quer em concertos em que aparecem dois solistas em vez de um".

O diretor artístico sublinha que, "não sendo óbvio, as ideias ficam no ar", como "uma metáfora para a necessidade de entendimento entre opostos, entre realidades diferentes, entre o rural e o urbano".

O festival começa a 1 de junho com o espetáculo "Inside Music Machine - Anatomia musical: do visível ao invisível", com Ianina Khmelik (violino), Hugo Novo (música eletrónica e teclados) e António Silva (câmara termográfica), no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), em Leiria.

Da contemporaneidade, o festival passa, no dia 2, para o Mosteiro da Batalha, onde expõe o resultado do encontro entre os grupos Sete Lágrimas, dos tenores Filipe Faria e Sérgio Peixoto, e as Adufeiras de Monsanto, com o programa "Península Diáspora", no qual se cruzam tradições musicais de diferentes épocas e locais.

As crianças são o público preferencial das propostas do compositor e pianista Simão Costa, para os dias 5 e 6 de junho, que cruzam música, dança e vídeo em "pi_ADD(a) forte", com três apresentações no Teatro Miguel Franco, em Leiria.

Os Solistas da Gulbenkian tocam a 8 de junho na Igreja de S. Pedro de Moel, na Marinha Grande. No dia seguinte, 9 de junho, as pianistas Jill Lawson e Luísa Tender dão um recital no TJLS.

O piano está em destaque no concerto de 10 de junho, com Bruno Belthoise e Christina Margotto a interpretarem melodias rústicas portuguesa, de Fernando Lopes-Graça e outros compositores, também no TJLS.

O festival conta também com a Orquestra Gulbenkian, num concerto no TJLS no dia 13 de junho, em que será interpretada a abertura de "A Flauta Mágica", de Mozart, e a 5.ª Sinfonia, de Beethoven, cruzando épocas da viragem dos séculos XVIII/XIX, do clacissismo para o romantismo.

Diversos agrupamentos do Orfeão de Leiria juntam-se a convidados da Escola de Dança do Conservatório Nacional para uma apresentação, no dia 15 de junho, igualmente no principal teatro de Leiria.

Ainda em Leiria, na Igreja de São Francisco, a 16 de junho, toca o Ludovice Ensemble.

"Carmina Burana", de Carl Orff, é interpretada por músicos de diversas orquestras e conjuntos, no dia 23 de junho, no TJLS.

No dia 25 de junho, o Teatro-Cine de Pombal recebe o guitarrista Cláudio Marcotulli, com o programa "A guitarra latino-americana".

O festival termina a 28 de junho, com sons do jazz, num concerto do contrabaixista Carlos Bica e com o pianista João Paulo Esteves da Silva, no TJLS.

@Lusa