Muito estava em jogo nesta edição do Bons Sons, festival promovido pela associação cultural Sport Club Operário de Cem Soldos, mas a organização está confiante na continuação do festival que, desde 2006, tem acontecido a cada dois anos.
A confiança do diretor do festival, Luís Ferreira, prende-se tanto com o número de espectadores que, durante os quatro dias do festival, aumentou em três mil, face à edição de 2012, como com o antecipado resultado financeiro, que terá sido “equilibrado”, ao que tudo indica.
Classificando a edição deste ano como “um sucesso”, Luís Ferreira destaca que, “ao nível de números”, o festival, que terminou no domingo, “correu bastante bem”.
Ao mesmo tempo, as finanças ficaram “dentro das expectativas”, estima. “Ainda há muita coisa a apurar, muita coisa em aberto, mas, pelas nossas contas gerais, está equilibrado, para já não há perigo”, congratula-se, em declarações à Lusa.
O “perigo” mencionado é o de o festival não voltar a acontecer. “Se este ano tivéssemos prejuízo [como aconteceu em 2012], não haveria mais Bons Sons”, reconhece. “É o fim de um ciclo”, considera o diretor, adiantando que a organização vai “repensar a estratégia” do festival “para a próxima década”.
Luís Ferreira destaca apenas “dois dogmas no festival, a música portuguesa e o viver a aldeia, portanto ser com as pessoas de Cem Soldos e em Cem Soldos”, a cinco quilómetros de Tomar, onde a população não chega aos mil habitantes. “Tudo o resto, a periodicidade, o número de concertos, os palcos, toda a estratégia de implementação poderá ser repensada e alguma dela terá de ser repensada”, admite.
Para esta edição, o festival teve um orçamento de 400 mil euros, financiado em apenas um quinto por patrocinadores, dependendo, para o resto, de receitas próprias (bilheteira e serviços), que depois são aplicadas em projetos de desenvolvimento da aldeia.
“Estamos bastante satisfeitos, a aldeia está super feliz com o festival, o ambiente familiar foi reforçado, tivemos muitas famílias, muitas crianças, tivemos públicos muito diferentes que viveram a aldeia, em partilha”, descreve. “O feedback que temos dos músicos é o melhor”, relata, considerando que o público foi “muito generoso”.
@Lusa
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