“Todas as edições são especiais para nós e em todas as edições temos conseguido reinventar o festival, para que não seja um festival estático, e a aldeia vai crescendo com o festival, o festival vai crescendo com a aldeia, e isso permite que as inovações e novidades se vão acrescentando a cada uma das edições”, disse à Lusa Miguel Atalaia, diretor artístico do Bons Sons, evento que assinala este ano 12 edições e 18 anos de festival, juntando, nesta edição, à máxima "Vem viver a aldeia" o mote "Viver a diversidade".
Com 47 bandas portuguesas a atuar em quatro dias na aldeia de Cem Soldos, no distrito de Santarém, num programa em que constam nomes como os de Gisela João, Valete, Club Macumba, The Legendary Tigerman e Ana Lua Caiano, o festival representa um investimento na ordem dos 700 mil euros.
O evento regressa após um ano de paragem devido a obras de requalificação urbana do Largo do Rossio, área habitualmente ocupada pelo festival, que surge nesta edição completamente renovado.
“Este ano temos uma grande novidade, que é o facto de estarmos a trabalhar num recinto novo, requalificado pela Câmara de Tomar, um desejo muito antigo e um projeto que nasceu no seio da comunidade”, disse Miguel Atalaia, tendo feito notar que o evento “serve sempre para transmitir uma mensagem, para além das bandas que vêm ao festival, e que refletem uma “energia própria dos projetos de música portuguesa que estão agora no ativo”.
Assim, além de este ano se “viver a aldeia num largo renovado”, e de “manter a ideia do voluntariado e de uma aldeia que se mobiliza para construir o festival”, será também oportunidade de “celebrar a diversidade que caracteriza as gentes que compõem esta (e outras) comunidades”, afirmou.
O programa Bons Sons “já é por natureza muito diverso, mas queremos avançar nessa reflexão sobre aquilo que é a identidade das comunidades e a diversidade inerente às mesmas”, notou.
“Uma comunidade mais capaz não é um lugar onde as pessoas são todas iguais, nem onde se pensa de uma só forma e, em Cem Soldos, valoriza-se a diferença e a oportunidade que o diferente traz. Em agosto, vivemos a diversidade, vivemos a aldeia, não deixando de lado a celebração dos 50 anos do 25 de Abril, que tão bem representa esta ideia, porque liberdade também é diversidade", vincou.
Com o mote "Vem viver a aldeia", são os cerca de 700 habitantes que organizam e montam o festival, ao longo do qual acolhem e servem os visitantes, numa “partilha que distingue o Bons Sons dos restantes festivais portugueses”, salientou o responsável, com um cartaz que integra 47 projetos musicais nacionais, “uns com projetos mais emergentes, outros mais consagrados”, que protagonizam “diversas áreas, geografias e géneros musicais”.
Cláudia Pascoal, Gisela João, Silk Nobre, Teresa Salgueiro, Valete, Rafael Toral, Club Macumba, The Legendary Tigerman, Adiafa e Ana Lua Caiano, a par de dj e espetáculos de dança, estão entre os 47 nomes anunciados para o festival de música Bons Sons.
Organizado desde 2006 pelo Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), o Bons Sons manteve-se bienal até 2014, passando depois a realizar-se anualmente, “mantendo uma programação exclusiva da música portuguesa, completamente aculturada e diversa, como é o nosso hábito”, sublinhou o diretor artístico do evento.
A aldeia de Cem Soldos é fechada e o seu perímetro delimita o recinto que acolhe 9 palcos integrados nas ruas, praças, largos, auditório, igreja e até em garagens e lagares.
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