O Rock in Rio Lisboa regressa em 2026 e muda definitivamente para o Parque Tejo, depois de nove edições no Parque da Bela Vista. A confirmação foi feita este domingo, 23 de junho, na conferência de imprensa no recinto do festival, onde estiveram presentes Roberta Medina, Vice-Presidente Executiva do Rock in Rio, e Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa.

Nos dias 15, 16, 22 e 23 de junho estiveram no Parque Tejo mais de 300 mil pessoas, anunciou ainda a organização. "Três dias esgotados, coisa que nunca aconteceu na história do Rock in Rio Lisboa", sublinhou Roberta Medina.

A Vice-Presidente Executiva destacou ainda aposta numa "outra direção" para o festival, "onde todos os palcos são palcos principais". E notou ainda a capacidade do evento oferecer "espaços poderosos para sermos autênticos e aceitarmos as diferenças".

Carlos Moedas realçou a "inovação, sustentabilidade e identidade" da edição lisboeta do Rock in Rio. "A identidade de Lisboa é a identidade da diversidade. O Rock in Rio é essa diversidade", disse ainda. "Aqui há uma paz incrível", assinalou o autarca. "Aquilo que vocês fazem aqui é importantíssimo para a cidade."

créditos: Rita Sousa Vieira

UMA MUDANÇA ENTRE CRÍTICAS E ELOGIOS

A edição de 20 anos do Rock in Rio Lisboa contou com mais de 350 empresas e 14.500 credenciados, cinco palcos e 48 horas de música e entretenimento.

A mudança do Rock in Rio Lisboa do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo originou várias críticas por parte do público, nomeadamente em relação aos acessos ao recinto, falta de sombras e longas filas para aceder a espaços de restauração e casas de banho.

Como o festival aconteceu em dois fins de semana – nos dias 15 e 16 de junho e hoje e sábado – a organização anunciou durante a semana que esteve "a preparar operações para melhorar os principais temas apontados pelo público".

Apesar das críticas, Roberta Medina referiu que a nova Cidade do Rock foi aprovada pelo público. 70% dos participantes do estudo de recinto realizado pela Multidados consideraram melhor a mudança para o Parque Tejo, num universo de 1200 participantes, com uma margem de erro de 3,99% e grau de confiança de 95%, frisou.

Para que o público seja "avisado sobre informações como filas, espaços de alimentação com menos fila, WC disponíveis com menos afluência, avisos de concertos quase a começar, entre outros", foi criado um canal de WhatsApp Oficial do Rock in Rio Lisboa, que "qualquer pessoa pode seguir", de forma a "receber informação em tempo real antes e durante o festival". O canal pode ser acedido através do seguinte link: https://whatsapp.com/channel/0029VadIXjVIN9ihD26ky529.

créditos: Rita Sousa Vieira

Além disso, Roberta Medina reforçou o apelo para que o público recorra aos transportes públicos para chegar ao recinto, recordando que, além de um ‘shuttle’ que circula entre a Estação do Oriente e a ‘cidade do rock’, há a estação de comboios de Sacavém, situada a sete minutos a pé do recinto e que "operou em tranquilidade este sábado".

Na 11.ª edição do evento foram produzidos 500 mil copos reutilizáveis, com os quais se evitou a produção de 10 toneladas de resíduos. Com a operação de Mobilidade, resultante do esforço coletivo do Rock in Rio com a Via Verde e mais dez parceiros de mobilidade – CARRIS, CP, Metro, Fertagus, Rede Expressos, FlixBus, Gipsyy, TTSL - Transtejo Soflusa -, Carris Metropolitana e Telpark – foi assegurada uma redução de 30% da pegada carbónica associada à deslocação do público para um evento desta dimensão. A operação de shuttles Carris assegurou o transporte de ida e volta de uma média de 30 mil pessoas por dia da Gare do Oriente para o Parque Tejo. A utilização de geradores mais eficientes permitiu uma redução de 80% de emissões no consumo de gasóleo e uma redução de 15% de gasóleo nos geradores, mesmo com 30.000m2 a mais na Cidade do Rock, em relação à Bela Vista.

PARQUE TEJO, PRÓXIMOS CAPÍTULOS

O espaço do Parque Tejo, que começou a ser recuperado para acolher, em agosto do ano passado a Jornada Mundial da Juventude, voltará a estar acessível ao público em geral, "parcialmente", a partir de 15 de julho.

De acordo com Roberta Medina, a partir desse dia "a população pode voltar a passear no Parque Tejo".

Com o Parque Tejo sem grandes alterações desde agosto do ano passado, o espaço estará novamente acessível com algumas infraestruturas deixadas no local pelo festival.

créditos: Rita Sousa Vieira

"Vamos deixar uma unidade de casas de banho permanentes, vamos entrar em detalhes com a Câmara Municipal de Lisboa e as Juntas de Freguesia para ver se deixamos algumas mesas para picnics", referiu a Vice-Presidente Executiva do Rock in Rio.

As portas da Cidade do Rock abriram este domingo às 13h00, pela última vez este ano. E a essa hora já largas centenas de pessoas estavam à espera para entrar.

Hoje, a lotação está esgotada, sendo esperados 80 mil espectadores, à semelhança do que aconteceu nos dias 15 e 16 de junho.

O 10.º Rock in Rio encerra com Aitana, Ne-Yo, Camila Cabello e Doja Cat, no Palco Mundo. Nos outros espaços atuarão, entre outros, Pedro Sampaio, Luísa Sonza, Anselmo Ralph, ProfJam, MC Cabelinho, Veigh e April Ivy.