![Duas próximas edições do Rock in Rio Lisboa isentas de taxas pelo município](/assets/img/blank.png)
A proposta foi apresentada na assembleia pelo vereador com o pelouro dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, que descreveu o festival de música, no Parque da Bela Vista, como um evento que leva à “projeção internacional da cidade de Lisboa”.
Segundo Sá Fernandes, que integra a maioria liderada pelo socialista António Costa, as taxas rondam os 3,5 milhões de euros em cada edição (2016 e 2018), sendo que, destes, 2,9 milhões correspondem a taxas de ocupação do espaço público e o restante a mão-de-obra, como, por exemplo, eletricistas e jardineiros.
“É difícil que haja a realização destes eventos” sem estes apoios, apontou Sá Fernandes.
“Propomos um investimento substancial do Rock in Rio no próprio parque, com o arranjo da Casa Grande da Bela Vista”, acrescentou o autarca, referindo-se a contrapartidas.
Em causa, sublinhou, está um investimento de 800 mil euros em “património que fica ao dispor da cidade” e dos moradores mesmo quando o evento não decorre.
A proposta foi aprovada com os votos contra do Partido Comunista Português (PCP), do Partido dos Animais e da Natureza (PAN), do Bloco de Esquerda (BE), do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) e de dois deputados independentes.
O Movimento Pró-Terra (MPT) e três deputados independentes abstiveram-se da votação.
As restantes forças políticas – PSD, CDS e Parque das Nações por nós - votaram a favor.
O deputado José Casimiro, do BE, frisou que esta decisão “ultrapassa claramente o mandato da câmara municipal e da assembleia municipal”, pelo que não é “cordial” decidir estas isenções relativas a 2016 e 2018.
Carlos Santos, do PCP, indicou que o Rock in Rio se traduz numa “grande realização comercial” e que a “leitura falaciosa de que sem isenção de taxas não se realiza evento não está provada”, propondo assim que a isenção não seja total, mas de outro valor a determinar.
O independente Miguel Graça referiu que desconhece o “verdadeiro impacto económico do evento”, assim como as mais-valias geradas para a empresa Better World, que organiza o festival.
Miguel Graça afirmou ainda que é necessário “rever a tabela de taxas” para outros festivais semelhantes, “porque é talvez um dos maiores eventos na cidade, mas não é o único”.
José Antunes, dos Verdes, questionou a “utilização de meios humanos” da autarquia e lembrou os funcionários da câmara que foram transferidos para as juntas de freguesia. “Supõe-se que o executivo vai abdicar de receber uns quantos milhões”, acrescentou.
O PAN mostrou-se, através da intervenção de Miguel Santos, “favorável a acontecimentos culturais, desde que não representem prejuízo para o município”.
Perante todas estas críticas, Sá Fernandes respondeu que “está tudo contabilizado na proposta” e que os “números são claríssimos”.
A sexta edição do Rock in Rio Lisboa, no Parque da Bela Vista, teve o primeiro dia no domingo, decorrendo ainda de quinta-feira a domingo desta semana.
@Lusa
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