Como se a própria beleza da sala não chegasse, os Dead Can Dance apresentaram-se com um encantador conjunto de cortinas iluminadas ao fundo do palco para uma ‘Children Of The Sun’ que arrancou os primeiros de muitos aplausos.

Desde o primeiro ao último momento do espetáculo, parece ter sido difícil evitar os arrepios que desciam pela espinha de cada um assim que as vozes de Brendan e Lisa se enlaçavam para um misto de emoções. A perceptibilidade do som pela sala fora dimensionou ainda mais a riqueza da musicalidade dos Dead Can Dance, estando o som muito perto de perfeito e com consequências drasticamente bonitas – os teclados, a percussão e as vozes formaram uma só fina camada de excelência, sem perderem as suas qualidades individuais, ao longo de temas como ‘Opium’, ‘Nierika’, ‘Rakim’, ‘Sanvean’ ou na devastadora ‘The Host Of Seraphim’.

Após uma despedida do palco com ‘All In Good Time’, todos os músicos voltaram para quatro temas, a merecerem as ovações finais, que demonstraram com afeto e carinho a gratidão que um Coliseu dos Recreios esgotado é capaz de transmitir.

A primeira parte esteve a cargo de David Kuckhermann, percussionista dos Dead Can Dance, e dos seus hangs de um som único.

Nuno Bernardo