Nesta edição, o festival que junta música e artes visuais e tem Vhils como um dos fundadores faz um ‘takeover’ a uma das praças centrais da capital para “pensar numa cidade sem margens, só com centros”, segundo a organização.

Depois de ter decorrido, em Lisboa, no Panorâmico de Monsanto e em terrenos na zona da Matinha, o Iminente ‘ocupa’ um “espaço de património”, que representa “um desafio muito grande” para a organização.

Fazer a edição “Iminente Takeover” no Terreiro do Paço é, para a organização, “fundamental enquanto espaço de visibilidade”.

“Para nós é importante mostrar neste centro que existem outros centros, e que as pessoas os podem ir descobrir e conhecer”, disse a diretora do festival, Carla Cardoso, em declarações à Lusa, em setembro, à margem da conferência de imprensa de apresentação da “Iminente Takeover”.

Por isso, nesta edição, o mote dado aos artistas foi “sobre a ideia de descentralizar, pensar nas cidades sem margens, só com centros”.

O cartaz deste ano junta todas as comunidades que têm trabalhado com a organização ao longo dos anos, bem como vários artistas que estão desde a primeira edição, em 2016 em Oeiras, com o festival.

O cartaz musical inclui Ferro Gaita, Omar Souleyman, Pedro Mafama, Batucadeiras das Olaias, Rita Vian, Sam The Kid, Pongo, Dino D’Santiago, Fado Bicha, Branko, La Família Gitana, Rome Streetz e T.W.A., entre muitos outros.

Vários destes artistas levam consigo ao festival artistas emergentes, “para dar palco de visibilidade aos projetos que são construídos por diversas comunidades em territórios ditos mais das margens”.

Entre os artistas visuais convocados para esta edição contam-se Vhils, Cássio Markowski, Dish e Fiumani, aos quais se junta ainda Ângela Ferreira que, com a bailarina e coreógrafa Piny e o músico Scúru Fitchádu, criaram uma instalação a propósito dos 50 anos da revolução de 25 de Abril de 1974.

Além disso, cerca de 70 artistas participam numa “instalação coletiva de bandeiras, que vai refletir este pensamento: o que é uma cidade onde não existem margens, onde tudo são centros, onde há mais diversidade, onde o espaço de expressão é mais disseminado - há mais vozes nestes palcos”.

O “Iminente Takeover” servirá também para apresentar os resultados de ‘workshops’ comunitários, realizados em quatro bairros nas zonas do Rego, Vale de Alcântara, Chelas e Alta de Lisboa.

A exposição “Bairros” tem este ano, pela primeira vez, curadoria das associações dos bairros.

Ao contrário de outras edições, as obras artísticas que serão mostradas no festival não irão permanecer no espaço.

Além dos concertos, que irão realizar-se em três palcos, e das instalações artísticas, a programação do Iminente inclui conversas, performances, gastronomia, desportos urbanos e lojas de projetos independentes e associações.

O recinto do festival abre às 10h00 de hoje e encerra às 2h00 de domingo, voltando a abrir às 10h00 e encerrando à meia-noite.

Este ano, o festival terá uma edição ‘after hours’, que acontece no Ministerium Club, situado no Terreiro do Paço, e que tem entrada paga.