Um colecionador particular anónimo, que participou do leilão por telefone, adquiriu o lote posto à venda pela própria cantora, atriz, modelo e escritora, muito acima da sua estimativa colocada entre as 70.000 e 100.000 libras.

Jagger enviou as cartas a Marsha Hunt, com quem manteve uma relação em segredo, quando estava na Austrália a filmar "Ned Kelly". Marsha estava em Londres, onde era ao mesmo tempo a imagem da campanha "Black is Beautiful" e o rosto do musical "Hair".

A artista, que disse ter sido a fonte de inspiração do famoso "Brown Sugar", é mãe da filha mais velha de Jagger, Karis, hoje com 42 anos.

"A passagem do tempo deu a estas cartas um lugar na nossa história cultural", afirmou Marsha Hunt depois do leilão.

"O ano de 1969 marcou o início do declínio de uma era crucial e revolucionária, altamente influenciada por certos artistas, como os Beatles, os Rolling Stones, James Brown e Bob Dylan", acrescentou, defendendo a divulgação deste tipo de cartas para que se possa conhecer melhor a personalidade dos artistas.

Para Gabriel Heaton, especialista da Sotheby's, "estas cartas muito bem escritas e líricas" apresentam um Mick Jagger "não como a superestrela mundial em que se transformou, mas, sim, como o jovem de 25 anos poético e consciente de si mesmo que era, com interesses intelectuais e artísticos muito diversos".

A venda das cartas coincide com o 50º aniversário dos Rolling Stones, motivo pelo qual a banda acaba de lançar um novo álbum - a compilação "Grrr!" -, que inclui dois novos temas de estúdio, e tem na estrada a sua primeira digressão desde 2007.

@SAPO/AFP

Foto @Lusa