Com o nome dos dois intérpretes como único título, o álbum dispensa o carimbo de um género único e ambos garantem que nunca vão conseguir cantar e tocar igual ao que está gravado. Cada momento foi único porque, em sintonia, Sassetti acompanhou as inflexões do fadista, vendo nelas a oportunidade de criar valor. Fomos conversar com os dois, para saber mais sobre este projecto original.

Durante os quatro dias em que estiveram em estúdio nasceu uma amizade entre Bernardo Sassetti e Carlos do Carmo. Esta é, segundo o fadista, a maior conquista deste trabalho. Apesar de terem cerca de 30 anos de diferença, isso não constitui um problema. Os gostos e a visão sobre o mundo convergem em inúmeros pontos. É esta sintonia que contribui para a unicidade do álbum.

A escolha das músicas ficou a cargo de Carlos do Carmo e apenas uma entre as seleccionadas não obteve o consentimento de Sassetti. Carlos de Carmo aceitou, mas fica a promessa de um dia a cantar e representar em cima de um palco. É uma música que lhe relembra os tempos de juventude, o seu filho e um amigo. Todos eles boémios, à sua maneira e no seu tempo.

Para o pianista, o objectivo foi fazer de músicas eternas, como «Avec le Temps», de Léo Ferré, um pouco suas. Não se preocuparam com as expectativas que podiam existir sobre este trabalho, foram traçando o seu próprio caminho. Assim sendo, não podem garantir que toda a gente goste, mas afiançam que é visível o respeito, não só pelos cantores originais, como para com aqueles que são apreciadores de boa música.

Já está disponível o CD/DVD do álbum «Carlos do Carmo Bernardo Sassetti». O disco tem sete temas em português e três internacionais. «Cantigas de Maio», de José Afonso,« Porto Sentido», de Rui Veloso e «Quando n’a Que L’Amour», de Jacques Brel , são alguns dos temas interpretados. O DVD, contém cinco músicas e retrata momentos entre o pianista e o fadista em estúdio.

Também no Music Box está já disponível este álbum, é só clicar aqui para ouvir.

Este trabalho contou ainda com músicos convidados, sendo eles, Rui Rosa (Clarinete) e Filipe Quaresma (Violoncelo).

A entrevista completa está abaixo.

@ Inês Fernandes Alves