
Segundo um grupo de investigadores americanos que trabalhou com idosos num lar, cantar temas clássicos de musicais pode aumentar as capacidades cerebrais de pessoas que sofrem de Alzheimer.
O estudo, que decorreu ao longo de quatro meses, comparou a condição mental de dois grupos distintos de doentes e chegou à conclusão que os participantes nas sessões de canto apresentavam melhorias em relação aos outros que apenas ouviam.
Durante estas sessões, era apresentado aos doentes um conjunto de músicas familiares de filmes como “Música no Coração”, “Oklahoma”, “O Feiticeiro de Oz” e “Pinóquio”. Estas sessões aparentaram ter mais sucesso em doentes com graus de demência compreendido entre o moderado e o grave, tendo estes obtido notas elevadas nos testes cognitivos, de desenho e ainda num questionário com questões sobre o grau de satisfação com a vida realizado no final do estudo.
Jane Flinn, uma neurocientista da Universidade da Virginia, afirmou que os lares que não possuem estas sessões de canto deviam considerar a sua implementação, pois são baratas, divertidas e benéficas para os doentes com Alzheimer: “Mesmo quando as pessoas se encontram num estado avançado de demência, quando está tão avançado que é necessário colocá-las numa ala segura, as sessões de canto continuam a ser úteis. A mensagem é: não desistam destas pessoas. Precisas de fazer coisas que as envolvam, e cantar é barato, fácil e envolvente”.
A colega de Flinn, Linda Maguire, escolheu a maioria das músicas de forma a serem familiares aos doentes e incluiu clássicos como The Sound of Music, When You Wish Upon a Star ou Somewhere Over the Rainbow.
Os testes cognitivos efetuados antes e depois dos quatro meses de tratamento revelaram que as capacidades mentais melhoraram para os cantores. Estes também conseguiram obter melhores resultados na prova de desenho.
Apesar das perdas de memória e declínio das funções cerebrais serem características da demência, os doentes conseguem recordar letras e melodias do seu passado, podendo-se concluir que estas sessões de tratamento baseadas no canto ativam certas áreas do cérebro.
Paulo Costa
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