
O concerto, que se realiza no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), em Lisboa, às 19:00, é o último que Lawrence Foster dirige como maestro titular, cargo em que será rendido pelo britânico Paul McCreesh.
A medalha de mérito da municipalidade foi atribuída por unanimidade à Orquestra Gulbenkian, criada há 50 anos, pelos “serviços de excecional relevância” prestados à cidade, afirma a FCG em comunicado.
A edilidade reconhece também o contributo da orquestra para “a criação de novos públicos e para a vitalidade, diversidade, modernidade e excelência” da oferta cultural e musical de Lisboa e do país, segundo o comunicado.
“O executivo camarário destacou o papel relevante dos concertos da Orquestra Gulbenkian que ‘têm trazido à capital alguns dos nomes, maestros e solistas, mais proeminentes da cena musical internacional e nacional’”, lê-se no mesmo comunicado.
Criada como Orquestra de Câmara Gulbenkian, em 1962, o agrupamento instrumental foi evoluindo para a formação dos atuais 66 músicos efetivos, podendo esta formação ser alargada por exigência do repertório.
A Orquestra Gulbenkian, assim denominada desde 1971, tem apresentado um repertório alargado, do barroco à literatura orquestral do século XIX, sem esquecer a música do século XX ou compositores da atualidade.
A Orquestra realizou já várias digressões, nomeadamente à Áustria, Alemanha, Arménia e à China.
O encerramento da temporada de música 2012/2013 dá-se com a interpretação da ópera “Otello”, de Giuseppe Verdi, em versão de concerto, dirigida por Foster que, a partir de domingo, será “maestro emérito” da orquestra.
No concerto participam os tenores Badri Maisuradze, Ivan Momirov e Dietmar Kerschbaum, a soprano Dina Kuznetsova, o barítono Jochen Schmeckenbecherm, os baixos Luís Rodrigues e Nuno Dias, e a meio soprano Zandra MacMaster.
Lawrence Foster dirigiu a orquestra como maestro titular desde a temporada de 2002/2003.
Na quarta-feira passada, na apresentação da próxima temporada, a administradora da FCG, Teresa Gouveia, sublinhou o trabalho do maestro que “elevou o nível da orquestra” e ampliou o seu repertório.
À frente da Orquestra Gulbenkian, Foster levou a formação a diversos palcos e festivais e internacionais, como o Festival Enescu, em Bucareste, o Kissinger Sommer Festival, na Alemanha, e colaborou ainda com artistas como os pianistas Nelson Freire, Murray Perahia, Evgeni Kissin, Radu Lupu, Arcadi Volodos ou Lang Lang, com os cantores Matthias Goerne, Felicity Lott, Ann Murray, Angelika Kirchschlager ou Ute Lemper, entre outros intérpretes que participaram em diferentes temporadas da Gulbenkian, ao longo da última década.
Sob a regência da Lawrence Foster a orquestra efetuou várias gravações para editoras como a Pentatone Classics e a Naive, nomeadamente com Sa Chen, Arabella Steinbacher ou Lise de la Salle.
Antes da Orquestra Gulbenkian, o maestro norte-americano esteve à frente das Orquestras Sinfónicas de Barcelona, Jerusalém e de Houston, da Filarmónica de Monte Carlo e da Orquestra de Câmara de Lausanne.
De 2009 até ao não passado foi diretor musical da Orquestra e Ópera Nacional de Montepellier, em França.
O maestro nascido há 71 anos em Los Angeles, na Califórnia, dirigiu o Festival de Aspen e o Enescu, e trabalha regularmente com a Ópera Estadual de Hamburgo, onde já dirigiu várias produções. Em 2011 dirigiu “Wozzeck” na Ópera de Marselha e a estreia mundial de “Marquise von O”, de René Koering, para a Ópera de Monte Carlo.
O Presidente da Roménia condecorou-o em 2003 pelos serviços prestados à música romena.
@Lusa
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