O festival começa na sexta-feira e decorre até 7 de outubro.
Durante a manhã do primeiro dia, numa “pré-abertura”, há um ensaio aberto com a Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias (com a direção musical do português Nuno Coelho), que se apresenta pela primeira vez no Teatro Municipal de Bragança, em dois concertos.
“Acredito que haja um interesse óbvio para quem está a estudar música ou arte. Mas a intenção é, por exemplo, em concertos que irão esgotar, que serão de um público geral e que pode não ter o mesmo acesso para jovens, criar a oportunidade de ouvir uma peça sinfónica de 70 músicos, por exemplo, nesse primeiro dia, numa proximidade completamente diferente”, explicou à Lusa o pianista Filipe Pinto-Ribeiro.
“Haverá um diálogo com os jovens, em que a obra será contextualizada. Isso também é muito importante para cativar. Porque depois, se o jovem gostou e teve uma boa experiência, pode vir ao concerto com a família, ou ir a outro concerto”, espera Filipe Pinto-Ribeiro, que reforça que assim se cria “uma relação com a comunidade educativa e não só”.
Foram convidados a participar os três agrupamentos de escolas da cidade, o Instituto Politécnico de Bragança e o Conservatório de Música e Dança de Bragança, apesar de ser aberto a toda à comunidade em geral, como reforçou o diretor do Teatro Municipal de Bragança, João Cunha.
“Uma das formas de criarmos e fidelizarmos novos públicos é irmos às escolas e convidar os alunos a usufruir de um ensaio aberto. Verem os músicos profissionais a trabalharem e poderem vivenciar de antemão o espetáculo que vão acontecer naquele dia”, afirmou João Cunha.
Para os alunos que estudam música há ainda três ‘masterclasses’ - aulas abertas com instrumentos - nos dias 2, 4 e 6 de outubro. “Muitas vezes nem é só a oportunidade direta com determinados músicos, que são grandes professores em conservatórios, mas também é o estímulo e a motivação, que pode fazer toda a diferença numa idade de formação”, conclui Filipe Pinto-Ribeiro.
Uma dessas aulas abertas será com a artista portuguesa Adriana Ferreira, atualmente flautista principal da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecília, em Roma, e que integra o cartaz do festival.
“Destacaria ainda o clarinetista francês Pascal Moraguès, que é uma referência mundial e que vai estar em Bragança em dois concertos. E a jovem soprano russa Julia Muzychenko, que se vem estrear em Portugal, ela que é uma estrela agora do panorama mundial da ópera”, enumerou Filipe Pinto-Ribeiro.
O público brigantino vai poder também ouvir, entre outros, Esther Hoppe e Chistian Poltéra.
À semelhança das duas anteriores edições, aquele que se assume como “o maior festival de música erudita da região”, promove o cruzamento da música com o património arquitetónico, com concertos na Igreja da Sé, na Igreja de Santa Maria e na Igreja de São Francisco.
“Temos um festival com os mais altos padrões de qualidade, que poderia acontecer em qualquer parte do mundo […]. É um projeto de descentralização efetiva da cultura, para uma região que historicamente é riquíssima”, afirmou Filipe Pinto-Ribeiro.
Este ano, o programa alia ainda a música à literatura e ao cinema, no concerto de encerramento, a 7 de outubro, que inclui textos de António Mega Ferreira.
O Bragança ClassicFest teve a primeira edição em 2021. A organização é da DSCH – Associação Musical, do Teatro Municipal de Bragança e da Câmara Municipal.
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