A Temporada Barroca, com os concertos no Palácio Foz, a Temporada Clássica, no recém-renovado Teatro Thalia, nas Laranjeiras, e a Temporada Moderna, no Centro Cultural de Belém (CCB), constituem os três eixos ao longo dos quais se vai estruturar o próximo ano da vida da Orquestra, o primeiro sob assinatura do compositor e regente Pedro Amaral, diretor artístico e pedagógico da Associação Música, Educação e Cultura, que detém a orquestra.

A estes três eixos "fundamentais e distintivos", como os caracteriza Pedro Amaral, acrescenta-se ainda um ciclo especial, Música na Biblioteca, que vai encerrar este ciclo, em julho de 2014, na Sala de Leitura da Biblioteca Nacional - exatamente o local onde se realiza o concerto de abertura, no próximo sábado.

A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) vai estar presente em iniciativas como a Música nas Praças e a Lisbon Week, reforçar colaborações com a Companhia Nacional de Bailado, a Temporada Darcos e os Dias da Música no CCB, além de realizar os tradicionais concertos de Natal e de Ano Novo, e projetos especiais como o Atelier de Ópera.

O pintor Pedro Calapez e o coreógrafo Rui Horta juntar-se-ão à OML como "Artistas Associados". A obra de Calapez vai acompanhar programas da OML, a começar pela série "Horizontes", que ilustra os diferentes eixos da temporada.

Rui Horta, por seu lado, vai apresentar uma nova criação anual, com a Metropolitana, durante os próximos quatro anos, "combinando múltiplas facetas da sua atividade artística", destaca Pedro Amaral.

A Temporada Barroca, de outubro a junho, contempla oito concertos no Palácio Foz, estabelecendo um percurso através da criação para orquestra, ao longo do século XVIII. O compositor italiano Arcangelo Corelli e o universo de Johann Sebastian Bach estruturam as restantes escolhas.

"Na preparação destes concertos, acompanhada por artistas de referência no repertório barroco, a Metropolitana amadurece a sua prática de interpretação historicamente informada, vertente que irá aprofundar ao longo dos próximos anos", declarou Pedro Amaral, na apresentação, sublinhando a importância da investigação musicológica.

A Temporada Clássica propõe doze concertos, no Teatro Thalia – cenário com raízes no rigor formal da época - abrangendo obras e compositores do classicismo vienense, de Joseph Haydn a Franz Schubert.

A Temporada Moderna prossegue a relação da Orquestra com o CCB, privilegiando a música da primeira metade do século XX.

A programação definida por Pedro Amaral, que trabalhou com os compositores Peter Eotvos, Emmanuel Nunes e Emilio Pomarico, assinala assim, em particular, o centenário do britânico Benjamin Britten, colocando as suas obras perante as suas maiores influências: os russos Igor Stravinsky e Dimitri Chostakovitch.

A Temporada Moderna encerra com uma obra de Chostakovitch, em contraponto com peças sinfónicas de Beethoven, "alargando o conceito de 'modernidade' à própria estética musical", como afirma o diretor artístico.

Pedro Amaral encontra-se na galeria dos distinguidos com o chamado Prémio Roma de música, à semelhança de criadores como Debussy, Dutilleux ou Levinas.

A dimensão pedagógica da OML vai levar a Orquestra Académica Metropolitana ao contacto com o público, a par de outras formações, como as Percussões, a Orquestra de Sopros e o Brass Ensemble.

Nos Dias da Música e num dos concertos da Temporada Moderna, a orquestra profissional e a orquestra académica fundem-se na Sinfónica Metropolitana.

O concerto de abertura, no próximo sábado, realiza-se sob a direção de Pedro Amaral, na Biblioteca Nacional, com duas obras do século XX: "Pulcinella", de Stravinsky, e a sinfonia "Mathis der Maler", de Paul Hindemith, compositor de quem se assinala este ano o cinquentenário da morte.

@Lusa