
Os espetáculo do grupo foram aplaudidos por público e crítica. Mesmo sem lançar um novo álbum - apenas duas músicas inéditas foram divulgadas no início do ano - os músicos parecem ávidos para voltar aos palcos. "Não vejo porque não haveria um sexagésimo aniversário" da banda, disse com otimismo o guitarrista Keith Richards, que em breve também vai se tornar num septuagenário.
Os Stones não são os únicos. Vários músicos que começaram a carreira na mesma época continuam presentes no cenário musical, inspirando outros que cresceram a ouvir a sua música e que têm idade para serem seus netos.
No início do ano, David Bowie, o "pai" de Ziggy Stardust, de 66 anos, rompeu com dez anos de silêncio e surpreendeu o mundo lançando um novo álbum, "The Next Day". O cantor e ícone pop, que segundo rumores estaria doente, alimenta as expectativas sobre um possível regresso aos palcos em confidências aos seus amigos e colaboradores.
No ano passado, Bob Dylan (72 anos), Leonard Cohen (78) e Patti Smith (66) lançaram novos álbuns, demostrando que não perderam nada de seu talento e inspiração. Por necessidades financeiras, como no caso de Cohen, ou por puro prazer, como Dylan e sua "Never Ending Tour", estas estrelas da música continuam a tocar nos palcos de todo o planeta.
Os críticos e fãs do rock apaixonaram-se recentemente por Sixto Rodríguez, de 71 anos, músico de Detroit de origem mexicana que lançou dois álbuns sem nenhuma repercussão, exceto na África do Sul, até que o documentário "Searching for Sugarman" (2012) ter contado a sua incrível história. Após décadas de esquecimento, Rodríguez, que nem sabia que as suas canções tinham conquistado a África transformando-o na voz de uma geração, está em tour por vários continentes, ganhando os aplausos do público.
Brian Wilson, de 71 anos, membro fundador dos Beach Boys, está vivendo um novo apogeu. O compositor e arranjador voltou a reunir a banda para a comemoração de seus 50 anos e publicou um novo álbum deliciosamente nostálgico.
Já o ex-membro dos Beatles, Paul MacCartney, que nasceu em 1942, também tem muitos projetos e shows pela frente. Os pioneiros do rock, Little Richard (80 anos) e Chuck Berry (86), não ficam atrás e fazem participações esporádicas em espetáculos.
"Vivemos em uma época em que a cultura popular está obcecada por seu próprio passado e ávida de comemorações", diz o crítico britânico Simon Reynolds em sua obra "Retromania", um ensaio definitivo sobre a cultura pop no século XX. Por isso vemos "bandas que voltam a se unir, turnês de reunião, álbuns tributo e coletâneas, festivais de aniversário, shows de álbuns clássicos: cada ano é melhor que o anterior para consumir música de antigamente", diz Reynolds.
Este especialista da cultura da nostalgia explica o fenómeno da "moda retro" por vários fatores, como o temor da indústria fonográfica em explorar novos terrenos e a vontade dos velhos artistas em aumentar suas contas bancárias. "Será que o maior perigo que ameaça o futuro de nossa cultura musical é... seu passado?", questiona o crítico britânico.
@AFP
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