“Biografia de uma Consciência” (que pode ser ouvido aqui) sai no ano em que Ace completa 50 anos de vida e 30 de carreira, grande parte deles nos Mind Da Gap.

Em entrevista à agência Lusa, em julho, em Vila Nova de Gaia, onde cresceu e ainda vive, Ace contou que o ‘alter ego’ Brando surgiu, antes de mais, porque “toda a gente” lhe chama padrinho e Marlon Brando foi, para ele, “o melhor padrinho da história dos filmes do 'Padrinho'”. Além disso, já tinha editado, em 2017, um álbum intitulado “Marlon Brando”.

Depois de ouvir, pela primeira vez, as músicas todas do novo álbum, Ace percebeu que, “se as pusesse numa certa ordem”, elas formavam “uma espécie de cronologia”.

“Consigo fazer uma espécie de um filme em músicas, com uma narrativa, que ao mesmo tempo - isto foi tudo por acaso - funciona como uma narrativa para a minha história na música: ter começado a lutar, ter tido momentos espetaculares de sucesso, de fama, de a vida me correr super bem, de ser praticamente rico, porque morava com os meus pais, não tinha despesas, todo dinheiro que tinha era para jantaradas, sair à noite e para gasolina e fazer ‘tuning no carro’, essas asneiras, histórias com mulheres, traições, o decair da carreira e depois a morte”, contou.

A dada altura, Brando é assassinado e o álbum termina já com ele morto, algo que Ace considera “uma metáfora para o fim” da sua carreira, que “há de acontecer um dia, mas não com este disco”.