A tarde de sábado passado, dia da 2ª sessão do XII Festival de Música Moderna Corroios'2007, estava fantástica. A equipa do Festival mal pôde desfrutar de uma tarde tão soalheira, porque em primeiro lugar está o trabalho.
O cenário é mesmo em frente à Baía do Seixal, com umas velhas barcaças a dar um colorido especial ao postal. Vindos de Coimbra, os Split adoraram a vista e a vocalista da banda, Lara, disse até que lhe cheirava à ria de Aveiro. Estávamos bem longe da Veneza portuguesa, e por sorte o cheiro de maresia da Baía do Seixal, combinava na perfeição com o dia que se estava a viver. Aquele ia ser um dia perfeito e uma noite ainda mais perfeita.
A inaugurar o palco dos antigos refeitórios da Mundet, convertido numa acolhedora sala de espectáculos, estiveram os Meskaline, um projecto da terra. Perto das 23horas já a sala estava bastante cheia e foi o "timing"? ideal para a banda de Corroios pegar nos instrumentos e dar-lhe com força. Vestidos a rigor com camisas e gravatas brancas e pretas, apresentaram um Punk/Rock provocatório com uma intro onde a palavra "pussy"? era usada até à exaustão. O público não ficou chocado, bem pelo contrário, recebeu a banda com um caloroso aplauso e foi seguindo a performance com atenção e uma atitude rebelde e barulhenta como manda a tradição do bom Punk/Rock.

Logo depois foi a vez dos Split entrarem em cena. A banda que veio directamente da cidade dos estudantes para o Seixal, teve uma viagem algo atribulada, com direito aos habituais problemas de orientação. Afinal de contas, estamos a falar de cinco pessoas que se movem mais a centro e menos a Sul do país. Mas não foi isso que os impediu de subir ao palco com toda a garra que uma banda de Rock precisa. Os Split vieram de longe mas não foi em vão.

As enormes capacidades vocais de Lara não deixaram ninguém indiferente, embora não tivesse grande movimentação de palco, socorrendo-se sempre do tripé do microfone e agarrando-o como se segurasse a sua própria vida presa por um fio. Mesmo assim, toda a expressão facial da vocalista complementava a essência que fluía do palco directamente para o público que, muitas vezes se silenciou por completo, para se entregar à sonoridade dos Split.


Por fim os muito aguardados Dapunksportif, que já fazem parte da família do Festival pois o ano passado participaram no concurso, ficando em segundo lugar. Este ano regressaram como banda convidada e trouxeram um novo baterista - Fred, filho do Kalú dos Xutos e Pontapés e que em 2000 venceu o Festival integrando a formação dos Yellow W Van. Os Dapunksportif mostraram o que valem ao vivo, revisitando as músicas de "Ready Set Go"? e oferecendo ao público alguns temas novos.

Quase uma hora de punk musculado pelos rockers de ténis e t-shirts coloridas, num ambiente meio sexy, com as miúdas giras a ocuparem a primeira fila e a dançarem sensualmente temas como "Private Disco"?, entre outros. Quem também estava ao rubro foi o Marco, produtor e técnico que os Dapunksportif e considerado o terceiro elemento da banda devido à importância que teve na sonoridade do projecto. Marco é meio alemão, meio americano mas com pinta de Belga e um sotaque afrancesado. De volta da mesa de mistura durante todo o concerto, encharcado em suor, quase parecia que "I can't move"? tinha sido um hino a ele próprio. Apesar de preso entre botões e fios, estava imparável tal como os músicos em palco.

A organização do festival de música moderna de Corroios conta que a próxima sessão do Festival seja imparável com The Wage e Dioz a concurso e os Balla como banda convidada. Tudo isto e muito mais no palco do Cine-Teatro de Corroios (Ginásio). Fica marcado encontro para o próximo dia 10!

Para mais informações:
festivalmusica.jf-corroios.pt