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MEO à velocidade máxima de 10Gbps

De Liam Neeson a Tom Cruise: 15 entrevistas em que as estrelas de cinema meteram os pés pelas mãos

L.S.
26 fev 2020 14:12
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Este artigo tem mais de 5 anos
Na era do "viral", a falta de filtro em entrevistas já causou sarilhos sérios às estrelas.
  • Na era do "viral", a falta de filtro em entrevistas já causou sarilhos sérios às estrelas.
  • Era suposto Tom Cruise estar a promover um novo filme com Spielberg ("A Guerra dos Mundos"), mas não controlou o entusiasmo e começou a saltar no sofá da Oprah para festejar a sua relação com Katie Holmes. Foi o delírio na internet e uma maravilha para o YouTube, que estava a dar os primeiros passos. Seguiram-se outras entrevistas controvérsas onde defendeu a Cientologia, criticou Brooke Shields por usar anti-depressivos após ter sido mãe e falou dos perigos da psiquiatria. Foi um período muito mau da carreira e Cruise controlou-se após várias desilusões de bilheteira.
  • O ator irlandês fez a proclamação no programa "Good Morning America" da ABC no dia a seguir à divulgação de uma entrevista chocante no jornal The Independent onde admitiu que sentiu há 40 anos uma "necessidade primária de atacar" depois de ouvir uma amiga próxima dizer que tinha sido violada por um homem negro.
  • Em dezembro, Kevin Hart preferiu desistir 48 horas após ser anunciado como anfitrião dos Óscares a pedir desculpa pelos comentários polémicos homofóbicos antigos. Umas semanas mais tarde, surgiu menos desafiador e mais arrependido no programa de Ellen DeGeneres e esta apoiou-o, dizendo ainda que devia ignorar os ataques "online", descrevendo-os como sendo de "um pequeno grupo de pessoas que são muito, muito barulhentas. Nós somos um grande grupo de pessoas que gostamos de ti e queremos que sejas o anfitrião dos Óscares". A operação de rabilitação correu mal: as desculpas dele foram vistas como pouco sinceras e ela foi criticada por se aproveitar do programa e do estatuto na comunidade LGBT para desvalorizar. Resultado: Kevin Hart não voltou a ser anfitrião e a Academia não gostou do aproveitamento da apresentadora (e antiga anfitriã).
  • Megan Fox tem várias gaffes, mas a maior foi quando disse numa entrevista à revista britânica Wonderland que o realizador Michael Bay dos filmes "Transformers" quer ser como Hitler nos seus filmes e é". Bay disse que o produtor (Spielberg) mandou imediatamente despedi-la do terceiro filme (este negou mais tarde) e numa entrevista à Cosmopolitan em outubro de 2017, a atriz contou que foi "absolutamente o ponto baixo da minha carreira. Mas sem 'essa coisa', não teria aprendido tão depressa como aprendi. Tudo o que tinha de fazer era pedir desculpa e recusei. Tinha tantas certezas aos 23 anos, não conseguia ver que era o melhor para todos. Realmente achava que era a [mártir] Joana d´Arc". Os dois acabaram por fazer as pazes e ela foi a protagonista dos novos filmes "Tartaruga Ninja" que Bay produziu em 2014 e 2016.
  • Ao jornal britânico The Times, a atriz de 32 anos disse que não tinha uma história de assédio ou ataque sexual para partilhar e achava que as mulheres do #MeToo que o faziam pareciam fracas, além de que algumas só andavam à procura de publicidade. Alguns dias depois desculpava-se numa declaração exclusiva à People, a revista amiga das celebridades: "A citação relacionava-se apenas com a minha esperança de que uma mão cheia de testemunhos falsos que saiu do tsunami de vozes heróicas não sirva para diluir a importância do movimento #MeToo e todos nós que o apoiamos". E acrescentou: "No entanto, percebi desde então que afirmações como a minha são vistas como prejudiciais, o que nunca foi a minha intenção. Peço desculpa por qualquer dor que possa ter causado".
  • Numa entrevista à revista Entertainment Weekly em agosto de 2018, Roberd Redford confirmou que "O Cavalheiro com Arma " seria o seu último filme. Umas semanas mais tarde, na antestreia de gala, disse que foi um erro: "Nunca devia ter dido isso. Se me vou reformar, devia ter-me simplesmente afastado silenciosamente, mas não devia estar a falar disso porque penso que chama demasiado a atenção de uma forma errada. Quero que esteja focada no filme e no elenco". Quando foi pressionado a clarificar se não era o último filme, riu-se e disse que era melhor manter o mistério.
  • De passagem pelo festival de Cannes para falar de "Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme", Shia LaBeouf lembrou-se de dizer que também não era um grande fã do quarto filme da saga e que ele e Steven Spielberg, o seu "padrinho artístico", tinham estado uns furos abaixo das expectativas. As declarações afetaram irreversivelmente a relação entre os dois, com "Transformers 3" (2011), produzido por Spielberg, a marcar o fim. Por seu lado, Harrison Ford reconheceu-lhe o talento, mas chamou-lhe publicamente "idiota".
  • Durante uma ronda de entrevistas para "Vingadores: A Era de Ultron", os dois atores fizeram uma piada mais arriscada quando lhes disseram que os fãs queriam um envolvimento romântico da Viúva Negra tanto com o Gavião Arqueiro como com o Capitão América. Renner respondeu que ela era uma vadia e Evans riu e carregou ainda mais: "Ia dizer algo no mesmo género... uma prostituta completa". Os fãs não gostaram, a Disney ainda menos e eles acabaram a fazer um comunicado a pedir desculpa.
  • Numa entrevista a Charlie Rose pouco antes da estreia de "O Despertar da Força", o primeiro filme "Star Wars" em que não esteve envolvido, parte da conversa foi ocupada com a decisão de George Lucas em abdicar efetivamente das chaves do controlo criativo do que sempre protegeu, e descreveu a certa altura como "os seus filhos", ao vender o seu império à Disney por quatro mil milhões de dólares em 2012. "Decidi vender aos esclavagistas brancos que pegam nestas coisas e...", afirmou antes de rir e optar por não terminar o pensamento. Não foi a tempo, porque a frase incendiária ficou e Lucas teve de recuar: "Expressei-me mal e usei uma analogia muito inapropriada e por isso peço desculpa".
  • Na altura passou sem sobressalto, agora seria inacreditável: por altura da estreia de "007 - Operação Relâmpago" em 1965, a revista Playboy perguntou a Sean Connery o que achava sobre dar "um safanão" às mulheres, como James Bond fazia algumas vezes. A resposta: "Não acho que exista algo particularmente errado em bater numa mulher - embora não recomende fazê-lo da mesma forma como seria com um homem. Uma bofetada de mão aberta é justificada - se todas as outras alternativas falharem e existirem muitos avisos. Faria isso se uma mulher fosse uma cabra ou histérica ou sistematicamente sanguínea. Acho que um homem tem de estar um pouco adiantado, à frente da mulher. Acredito realmente, quanto mais não seja em virtude da constituição física do homem. Mas não me consideraria sádico. No entanto, acho que uma das atrações que Bond tem nas mulheres é que é decidido e até cruel. Pelo seu temperamento, as mulheres não são decididas - "Devo usar isto? Devo usar aquilo?' - e então chega um homem que é confiante em tudo e uma dádiva de Deus. E, claro, Bond nunca está apaixonado pela rapariga e isso ajuda. Ele faz sempre o que quer e as mulheres gostam disso. Isso explica por que tantas são loucas por homens que se estão nas tintas para elas".
  • O cineasta dinamarquês teve de pedir desculpas algumas horas após ter afirmado, para choque de todos os que estavam na conferência de imprensa de "Melancolia" no Festival de Cinema de Cannes, que compreendia o ditador genocida alemão. "Não sou anti-semita nem tenho preconceitos raciais, e não sou um nazi", explicou, dizendo que foi tudo por ter sentido de humor extremo e uma depressão. Não foi suficiente: declarado "persona non grata", esteve banido do festival até 2018.
  • Uma entrevista com o ator tornou-se viral por dizer que não estava completamente convencido com as decisões tomadas pelo realizador  Rian Johnson em relação a Luke Skywalker em "Star Wars: Os Últimos Jedi", que o mostra a viver no exílio num planeta, longe de concretizar o seu destino como Jedi. O ator foi às redes sociais no dia a seguir ao Natal para dizer que se arrependia de "ter dado voz publicamente às minhas dúvidas e inseguranças. As diferenças criativas são um elemento normal de qualquer projeto mas costumam permanecer privadas. Tudo o que queria fazer era um bom filme".
  • Numa entrevista à revista W, Miller Teller explicou em termos contundentes as motivações para ter feito "Divergente" e como foi salvo por ter feito a seguir "Whiplash - Nos Limites", o elogiado filme de Damien Chazelle: "Quando li pela primeira vez 'Whiplash', estava morto por dentro. Não tinha um papel interessante [em "Divergente"] e tinha aceite o filme por razões de negócios: era o primeiro que tinha feito que ia ter um público internacional. Liguei ao meu agente e disse, 'Isto é uma m****'. Ele falou-me sobre 'Whiplash'". Os representantes do ator tiveram de controlar os danos com esta declaração: "Habituado a estar mais envolvido no processo de fazer um filme, Miles lamenta estas palavras. Ele aprecia o valor da sua relação com a Lionsgate [estúdio] e a sua participação na saga".
  • Jason Blum disse à Polygon, numa referência à luta em Hollywood pela igualdade de oportunidade, que a falta de mulheres atrás das câmaras em 11 anos de filmes da sua produtora Blumhouse não era por falta de tentativas: simplesmente não existiam muitas realizadoras e ainda menos inclinadas para o género de terror. Blum fez as desculpas nas redes sociais: "Muito obrigado a todos por me criticarem pelos meus comentários idiotas nessa entrevista. Fiz um erro estúpido [...] Mais de 50% da nossa audiência é feminina. Mais de 50% das pessoas responsáveis na Blumhouse são mulheres [...] Mas não fizemos um trabalho suficientemente bom com mulheres realizadoras e não é por elas não existirem. Hoje muitas fizeram-se ouvir. A forma como a minha paixão se manifestou foi idiota. E lamento isso. Posso fazer melhor".
  • Numa desconcertante entrevista ao The Independent, John Carney arrasou Keira Knightley, com quem trabalhou na comédia romântica "Num Outro Tom" (2013), colocando em causa o seu talento e caracterizando-a como uma "supermodelo" rodeada de uma equipa que não descobriu a essência da personagem. Várias pessoas que trabalharam com a atriz descreveram-na precisamente como o oposto e uma vedeta e pouco depois, Carney descreveu-se no Twitter como um "completo idiota" num comunicado onde salientava que disse "uma série de coisas que foram baixas, maldosas e ofensivas. Tenho vergonha de mim mesmo por poder dizer tais coisas e tenho tentado perceber o que elas dizem sobre mim. Ao tentar descobrir defeitos no meu trabalho, acabei por culpar outra pessoa".
 
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