Em 2019, "Exterminador Implacável - Destino Sombrio" chegou aos cinemas rodeado de grande expectativa: era a "sequela direta" de "Exterminador Implacável 2 – O Dia do Julgamento”, juntando pela primeira vez em 28 anos Arnold Schwarzenegger como o T-800 e Linda Hamilton como Sarah Connor.
Além disso, Tim Miller ("Deadpool") era o realizador, mas James Cameron, responsável pelos dois filmes de 1984 e 1991, regressava no papel de muito influente produtor.
Parecia uma forma perfeita de continuar a saga e relançar uma nova trilogia, mas o resultado foi um dos maiores "flops" da história do cinema, com um prejuízo de 123 milhões de dólares, que colocou um ponto final.
James Cameron assume ter tido uma grande parte da culpa pelo desfecho.
"Acho que o problema, e vou assumir eu isto, é que me recusei a fazê-lo sem o Arnold. O Tim não queria o Arnold, mas eu disse: 'Olha, eu não quero isso. O Arnold e eu somos amigos há 40 anos, e eu podia ouvir, seria assim: 'Jim, não acredito que estejas a fazer um filme do 'Exterminador' sem mim'. Não era assim tão importante para mim fazer [o filme], mas disse 'Se vocês conseguirem concordar em trazer o Arnold de volta, estou disponível para me envolver", justificou durante uma entrevista ao Deadline para falar do novo "Avatar: O Caminho da Água".
"E depois o Tim quis a Linda. Acho que o que aconteceu é que penso que o filme poderia ter sobrevivido com a Linda nele, acho que poderia ter sobrevivido com Arnold nele, mas quando se coloca nele a Linda e o Arnold, ela tem 60 e poucos, ele tem 70 e qualquer coisa, de repente não era o teu filme 'Exterminador', nem sequer era o filme 'Exterminador' do [tempo do] teu pai, era o filme 'Exterminador' do [tempo do] teu avô. E nós não vimos isso. Adorámos, achámos giro, estávamos a fazer esta espécie de sequela direta de um filme lançado em 1991. E o público jovem que vai ao cinema ainda não tinha nascido. Nem sequer iriam nascer durante outros dez anos", explicou.
"Portanto, tratou-se apenas da nossa própria miopia. Ficámos um bocado eufóricos com o que tínhamos e acho que essa é a lição aqui", concluiu.
No entanto, James Cameron não renega o resultado.
"Estou razoavelmente contente com o filme. O Tim e eu tivemos as nossas batalhas e ambos conversámos sobre isso, mas o mais louco é que ainda somos amigos. O que é estranho. Gostava dele antes do filme, não gostei muito dele durante o filme, e gosto dele agora, e acho que ele sente o mesmo. Nós dois somos estes 'geeks' loucos de ficção científica e gostamos muito das mesmas coisas, e adoro a série dele, 'Love, Death + Robots'. Mas sim, nós batemos de frente", reconhece.
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