Numa carta aberta divulgada hoje, aquelas três entidades querem ver esclarecida a solução para dar continuidade à PFC, considerando que o projeto "pode ser verdadeiramente essencial à criação de um pilar económico decorrente do setor fílmico".

No documento, falam de um "clima de grandes incertezas" e discordam de uma hipotética decisão de integrar a PFC na estrutura do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) e de terminar, assim, a "relação interministerial" com o Ministério da Economia e o Turismo de Portugal.

A PFC foi criada, em 2019, com vários objetivos, entre os quais promover o país "como um destino internacional de produção de filmagens" e propor um modelo definitivo para uma futura Portugal Film Commission.

Esta estrutura de missão tinha uma duração de três anos - de maio de 2019 a maio de 2022 -, mas foi aprovado um prolongamento até ao final deste ano.

Na semana passada, a escassos dias desta estrutura de missão cessar funções, a diretora executiva, Sandra Neves, admitiu à agência Lusa que não sabia o que iria acontecer a partir de 01 de janeiro de 2023.

"Não recebi qualquer convite para sair ou para ficar. Também não sei dizer se estou disponível para ficar ou para sair, porque não conheço qual é a ideia de futuro para o projeto", disse, há uma semana.

Um dia depois destas declarações, os ministérios da Economia e da Cultura revelaram, em comunicado, a intenção de "reforçar o papel" da PFC, sem mais detalhes, e avaliar o Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema, um mecanismo de incentivo que se relaciona com aquela estrutura.

Na semana passada, em resposta a perguntas enviadas pela agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Cultura disse que cabe àquela estrutura de missão "colaborar com os membros do Governo na recolha e prestação de informações sobre o modelo institucional e de governação para a PFC" e que seria "anunciado oportunamente" o que acontece depois de 1 de janeiro de 2023.

As ‘film commissions’ do Centro, Arrábida e Alentejo e Ribatejo dizem que a atual estrutura de missão da PFC "tem condições de ser prorrogada por mais um ano", para acompanhar "o tempo de vida" do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema, cuja vigência termina em 2023.

A carta aberta daquelas estruturas regionais foi enviada aos ministros da Cultura, Pedro Adão e Silva, e Economia, António Costa, Silva, ao secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, e aos partidos com assento parlamentar.