Tom Cruise nunca viu nada assim: com receitas de 300 milhões de dólares a nível mundial, "Top Gun: Maverick" é a melhor estreia nos cinemas em 42 anos de carreira.

Mas apesar dos rumores ao longo dos anos, o ator resistiu durante muito tempo a fazer a sequela do primeiro filme, que o tornou uma gigantesca estrela de cinema em 1986.

O realizador Joseph Kosinski, que trabalhara com ele no filme de ficção científica "Esquecido" (2013), explicou como o projeto desbloqueou após o produtor Jerry Bruckheimer lhe enviar uma versão muito inicial de um novo argumento em 2017.

"Portanto, li o argumento, tive algumas ideias e o Jerry gostou dessas ideias. Ele disse 'Sabes que mais, tens de ir propor isto diretamente ao Tom'. Portanto, viajámos para Paris, onde o Tom estava a rodar 'Missão: Impossível', tivemos meia hora do seu tempo entre a preparação para a rodagem de cenas. E basicamente tinha 30 minutos para apresentar este filme, o que não sabia quando estávamos a viajar. Mas quando cheguei lá, descobri que o Tom realmente não queria fazer outro 'Top Gun'", explicou numa entrevista recente de promoção ao Polygon.

"É um daqueles momentos como um realizador, existe um em cada filme, em que se tem de defender por que é que este filme deveria ser feito. Tinha 30 minutos para o fazer. E no final da apresentação, ele pegou no telefone, ligou ao chefe da Paramount Pictures e disse: 'Vamos fazer outro Top Gun'. É bastante impressionante ver o poder de uma verdadeira estrela de cinema naquele momento", recordou.

Recordando a experiência anterior de trabalho com Tom Cruise, o realizador começou a apresentação por falar em personagens e emoção, introduzindo Bradley Bradshaw (Miles Teller), o filho do parceiro de Maverick que morreu no primeiro filme, a tornar-se ele próprio piloto, e a má relação entre os dois.

A este elemento acrescentava-se Maverick a ser chamado para treinar um novo grupo de 'ases indomáveis' para uma missão que sabia ser muito perigosa e a diferença entre ser um piloto que está a arriscar a sua própria vida (Maverick no primeiro "Top Gun") e alguém numa posição hierárquica mais elevada que tem de enviar outros para arriscar as suas vidas (Maverick na sequela).

A segunda parte da apresentação passava por explicar  o que Maverick tinha feito desde o final de "Top Gun", que remete para a sequência conhecida por "Darkstar" que abre a sequela: como piloto de testes.

A terceira parte passou por mostrar a Tom Cruise os vídeos feitos pelos próprios pilotos da Marinha nos seus cockpits que estão disponíveis... no YouTube: "'Sabes, isto está disponível na internet de graça. Se não conseguimos bater isto, não vale a pena fazer'. E ele concordou".

Finalmente, Joseph Kosinski já tinha o título: "Não lhe vamos chamar 'Top Gun 2', vamos chamar-lhe 'Top Gun: Maverick'. É uma história conduzida por personagens, um drama com este gigantesco filme de ação à sua volta. E isso para mim era o que é um filme 'Top Gun'".

No fim, Tom Cruise fez o tal telefonema ao chefe do estúdio. Cinco anos depois, o resultado está nos cinemas.

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