A notícia de que o ator norte-americano Mark Wahlberg ganhou 1.500 vezes mais do que a sua colega Michelle Williams para voltar a filmar cenas do filme "Todo o Dinheiro do Mundo" causaram uma grande revolta em Hollywood e, segundo a imprensa, tornou-se o assunto mais falado nas festas, ultrapassando as acusações de assédio sexual contra James Franco e Michael Douglas.

De acordo com o USA Today, Williams ganhou por seu trabalho uma remuneração diária de 80 dólares [66,8 euros], uma quantidade que no total não chega a 1.000 dólares e que representa menos de 0,07% dos 1,5 milhões de dólares [1,25 milhões de euros] que Wahlberg recebeu. O Sindicato dos Atores informou na quarta-feira que está a analisar a situação.

Agora, o New York Times investigou os bastidores que originaram esta discrepância salarial tão bizarra e revela que apesar de os dois atores terem aceite fazer o filme em primeiro lugar por um cachet mais baixo do que costuma ser habitual, "tiveram abordagens diferentes em relação às refilmagens".

"Por causa das circunstâncias [para salvar o filme nas bilheteiras, o realizador Ridley Scott decidiu cortar as cenas com Kevin Spacey após as acusações de conduta sexual inapropriada, substituindo-o por Christopher Plummer], Williams concordou rapidamente em regressar. As pessoas ouvidas no assunto dizem que ela o fez acreditando que os outros participantes tinham tomado a mesma decisão. Ela acabou por trabalhar durante o Thanksgiving [Ação de Graças], correndo para Londres num voo noturno após reorganizar-se para que Matilda, a sua filha de 12 anos, passasse o feriado sem ela", revela o NYT.

Ficou famosa a frase que disse em entrevistas: "Disse que estaria onde quer que precisassem de mim, sempre que precisassem de mim. E podiam ficar com o meu salário, os meus feriados, o que quer que precisassem. Porque gostei tanto que estivessem a fazer este esforço gigantesco."

"Embora vários atores com papéis pequenos, incluindo Timothy Hutton, tenham concordado em regressar para as refilmagens por um salário mínimo, Wahlberg não foi um deles, de acordo com as pessoas conhecedoras das negociações. Ele pediu ao seu agente principal, Doug Lucterhand, para pressionar por mais dinheiro. Williams é representada na mesma agência, a William Morris Endeavor, por Brent Morley.", continua o jornal.

"As pessoas disseram que Wahlberg já não estava contente por ter trabalho cerca de 80% abaixo do seu salário habitual, principalmente desde que os distribuidores internacionais estavam a usar a sua reputação comercial para promover o filme. Como Williams já se tinha comprometido a regressar, Wahlberg tinha poder sobre a equipa de produção. Ele era a única grande peça a faltar e o tempo estava a escassear. O filme terminado estava marcado para estrear nos cinemas a 25 de Dezembro. A [produtora] Imperative acabou por concordar em pagar 1,5 milhões de dólares", conclui a grande história de bastidores.

"Todo o Dinheiro do Mundo" estreia em Portugal a 8 de fevereiro.

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