José Pedro Ribeiro confirmou os valores da transação quando questionado pelos jornalistas, à margem da assembleia geral da empresa que está a decorrer em Lisboa.
Confrontado com os cerca de oito milhões de euros que o secretário de Estado da Cultura tinha assumido como valor do passivo da Tobis no Parlamento, no passado mês de setembro, José Pedro Ribeiro esclareceu que os quatro milhões da venda excluem o património edificado da produtora e o passivo assumido pelo ICA com o pagamento de salários, nos últimos anos.
O diretor do ICA disse ainda que os quatro milhões de euros da transação dizem apenas respeito à venda de parte da atividade, nomeadamente a área de restauro de arquivo e da pós-produção digital, uma vez que os edifícios, o património documental e cinematográfico se mantém na posse da Tobis Portuguesa e dos seus acionistas.
O
secretário de Estado da Cultura,
Francisco José Viegas, disse hoje em Braga que a venda da Tobis resolveu um «problema que se arrastava há 10 anos».
À margem da visita ao património eclesiástico da Misericórdia de Braga, Francisco José Viegas congratulou-se com a solução de venda da Tobis, a mais antiga produtora portuguesa de cinema, à empresa Filmdrehtsich Unipessoal, anunciada quinta-feira pelo diretor do ICA.
O responsável pela pasta governamental da Cultura garantiu que «cerca de metade» dos postos de trabalho existentes na Tobis «serão mantidos», assim como o «acervo fílmico e o edifício», que vão continuar «nas mãos» do Estado português.
A empresa Filmdrehtsich, que comprou a Tobis, é composta na totalidade por capital angolano.
O Banco Atlântico, banco de investimento encarregado pela Secretaria de Estado da Cultura de organizar a alienação da empresa, é igualmente constituído por entidades de referência do sector empresarial público e privado angolano, como o Grupo Sonangol, a Sociedade de Gestão de Ativos GlobalPactum, o BCP Millennium Angola e quadros do setor financeiro, de acordo com informação disponível no site do banco.
A assembleia de acionistas da Tobis marcada para hoje tem, em agenda, a votação e cessação de funções da presidente do conselho de administração da Tobis, a dissolução da empresa e a nomeação de uma administração liquidatária com apenas um elemento nomeado pelo ICA.
O Estado é detentor de 96,4 por cento do capital social da Tobis, a mais antiga produtora cinematográfica em Portugal, que tem perto de 80 anos e 55 trabalhadores.
@Lusa
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