«The Man who Killed Don Quixote» está na história do cinema como um daqueles filmes inacabados e malditos, em cuja produção absolutamente tudo o que podia correr mal correu ainda pior.

A pré-produção já tinha sido uma catástrofe, mas a rodagem foi uma calamidade tal que teve de ser encerrada uma semana após o início, devido a uma dupla hérnia discal do protagonista, Jean Rochefort. A produção seria mais tarde cancelada, e todo o projecto daria origem a um célebre documentário,
«Lost in La Mancha», que acompanha todo o processo.

Finalmente, e depois de anos de diligências,
Terry Gilliam recuperou os direitos do seu argumento original, e está agora a reescrevê-lo com Tony Grisoni, com o objectivo de tê-lo terminado já no próximo mês. Segundo o cineasta,
Johnny Depp, co-protagonista da anterior versão, ainda mantém o interesse em participar no filme, mas terá de gerir a respectiva rodagem com as dos filmes da Disney que já tem contratualizados.

Da primeira versão, sobraram apenas seis minutos de filme, pelo que tudo indica que a produção será montada de raiz, com outro actor a substituir Rochefort no papel de Quixote, eventualmente Michael Palin, que tem mantido conversações com Gilliam nesse sentido.

Em depoimento à revista Empire, o realizador afirmou ter hoje «ideias bastante diferentes para o filme», sublinhando que «começo a pensar que tive sorte, porque talvez a película seja melhor sete anos depois. Terá amadurecido um pouco mais».

«The Man Who Killed Don Quixote» combina o romance
«Don Quixote de la Mancha», de
Miguel de Cervantes, com uma sátira em pleno século XXI, e conta o que sucede quando um executivo da área da publicidade (interpretado por Depp) vai parar às planícies espanholas do século XVII, onde participa nas aventuras do cavaleiro da triste figura, que o confunde com Sancho Pança.