Dois meses após a estreia de "Tenet", a esperança tornou-se uma desilusão.

A experiência de estrear o filme de Christopher Nolan durante a pandemia para atrair os espectadores de volta aos cinemas após o encerramento forçado durante meses por causa da pandemia foi um falhanço, admitiu John Stankey, diretor geral da AT&T, que detém entre os seus ativos o estúdio Warner Bros.

Durante uma conferência com investidores, este responsável revelou que está a correr bem o reinício da produção de cerca de 130 filmes, séries e outros programas, mas ainda se está a tentar perceber qual vai ser a situação do mercado de exibição nos cinemas para os próximos tempos.

"Essa é uma das coisas em que não temos grande perceção. Não vos posso dizer que saímos da experiência de 'Tenet' a dizer que foi um sucesso", explicou.

Aquando da estreia do "thriller" de ação e ficção científica de Christopher Nolan, no final de agosto, os 53 milhões de dólares de receitas fora dos EUA foram recebidos em Hollywood como um sinal de esperança e a Warner sublinhou que estava a encarar o percurso comercial como uma "maratona" e não um "sprint".

Mas o lançamento nos EUA e Canadá uma semana mais tarde revelou-se mais problemático, com os elevados os números de infeções a manterem afastados os espectadores e principalmente porque estavam fechados os cinemas de Nova Iorque e Califórnia, que representam cerca de 25% das receitas de bilheteira.

Até agora, "Tenet" só arrecadou 50,6 milhões de dólares nos EUA e 334 a nível mundial: com um orçamento de 200 milhões, estimava-se que tinha de arrecadar entre 450 e 500 para ser considerado um sucesso comercial.

Apesar disso, John Stankey não encara negativamente a experiência: "Estou feliz por termos feito isto. Acho que a equipa foi incrivelmente criativa. Acho que aprendemos algumas coisas sobre o que podemos fazer. Acho que teríamos tido alguma latitude se os cinemas estivessem abertos em todo o país, se a Califórnia e Nova Iorque estivessem abertos... portanto, talvez possamos fazer um pouco mais quando chegarmos a uma situação um pouco mais consistente".

Numa referência indireta à data de estreia de "Mulher-Maravilha 1984", o diretor geral da AT&T indicou que a época de natal será a próxima etapa para perceber se o estúdio pode voltar a lançar filmes nos cinemas, mas isso dependerá das taxas de infeção de COVID-19, que se mantêm elevadas por todo o país.

A Warner está a explorar todas as opções, admitiu, sem entrar em detalhes: "Estamos a prever que isto vai ser incrivelmente agitado [...] Não estamos otimistas, não esperamos uma grande recuperação nos cinemas no início do ano que vem".