«Tabu», co-produção entre Portugal, França, Alemanha e Brasil, é uma saga a preto e branco, sobre um amor passado em África, e conta no elenco com
Ana Moreira,
Laura Soveral,
Teresa Madruga e
Carloto Cotta, entre outros.

O filme foi distinguido em fevereiro, no festival de cinema de Berlim, com o prémio Alfred Bauer para a Inovação e com o prémio especial da crítica. Em março, conquistou o prémio Lady Harimaguada de Prata no Festival de Las Palmas, em Espanha.

A propósito da estreia de «Tabu», o Espaço Nimas, em Lisboa, recordará a cinematografia de
Miguel Gomes, exibindo, na sexta-feira, as curtas «Inventário de Natal», «Entretanto», «Cântico das Criaturas», «Kalkitos» e «Trinta e Um». As longas-metragens
«A Cara que Mereces» e
«Aquele Querido Mês de Agosto» serão exibidas no sábado e domingo, respetivamente.

Em «Tabu», Miguel Gomes trabalhou a ideia da memória, «a memória de coisas extintas, a memória de alguém que morre e de uma sociedade que também já se extinguiu», contou Miguel Gomes à Agência Lusa, quando o filme passou em Berlim.

«Havia também a vontade de dialogar com um cinema que já desapareceu, o cinema clássico americano, e também o cinema mudo», disse.

O filme conta a história de Aurora, em duas partes marcadas por fortes contrastes (velhice/juventude, monotonia/aventura, cidade/selva).

A primeira parte do filme, intitulada «Paraíso Perdido», é passada em Lisboa, relata uma vida banal de três personagens - a idosa Aurora (Laura Soveral), a sua empregada africana, Santa (Isabel Cardoso), e Pilar (Teresa Madruga), uma vizinha empenhada em causas sociais -, e termina com a morte de Aurora.

Na segunda parte, que dá pelo nome de «Paraíso», vemos então a jovem Aurora (Ana Moreira), filha de um colono português em África, dona de uma fazenda, mulher casada que trai o marido com o baterista de uma banda, cometer um assassínio, no auge da tragédia amorosa.

Durante esta segunda parte, os atores não falam, ouvindo-se apenas o narrador e a banda sonora, em jeito de homenagem de Miguel Gomes ao cinema mudo, principalmente a um dos seus grandes mestres, o alemão
Friedrich Wilhelm Murnau.

«Tabu» é a terceira longa-metragem de Miguel Gomes (Lisboa, 1972) e sucede a «Aquele Querido Mês de Agosto» (2008) e «A Cara que Mereces» (2004) e a várias curtas-metragens.

@Lusa