Sylvester Stallone,
Arnold Schwarzenegger,
Bruce Willis,
Chuck Norris,
Jean-Claude Van Damme,
Dolph Lundgren,
Jason Statham,
Jet Li,
Terry Crews e
Randy Couture: com um tal elenco de «action heroes», não admira que o painel de apresentação do filme
«The Expendables 2» fosse um dos mais aguardados da Comic-Con. E apesar de nem todos terem estados presentes, a atmosfera que se viveu foi verdadeiramente elétrica, com humor de sobra para dar e vender.

Apesar de Lundgren, Couture e Crews também estarem na sala, as palmas e o espetáculo ficaram completamente por conta de Stallone e Schwarzenegger, cada um deles a manipular com mestria as expetativas da audiência desde o momento em que entraram na sala: o primeiro disse o seu característico «Yo» quando se sentou, o segundo o inevitável «I'm Back», para gáudio dos seis mil presentes no auditório, já a adivinhar o espetáculo de testosterona que se seguiria.

Arnold sublinhou logo à cabeça que «eu e o Sly [Sylvester Stallone] sempre fomos competitivos. Se ele matou 288 pessoas, então eu matei 289. Estávamos sempre a concorrer para ver quem tinha morto mais gente, quem tinha feito o assassínio mais brutal, quem tinha mais músculos, quem tinha mais óleo nos músculos...»

A dupla conhece-se há bastante tempo, há cerca de 35 anos. Segundo Stallone, «a primeira vez que vi o Arnold foi na cerimónia dos Globos de Ouro, em 1977, quando o
«Rocky» ganhou os prémios de Melhor Filme e Melhor Realizador. Eu vi-o lá, enorme e fiquei estupefacto quando ele ganhou o Globo para Melhor Ator Revelação (pelo filme
«À Força de Músculos»]. Pois se eu nem conseguia pronunciar o nome dele»... Ao que Schwarzenegger acrescentou «a mãe do Sly veio ter comigo e disse-me que eu parecia um carregador de pianos». Mesmo o discurso característico de ambos foi objecto de paródia: segundo Arnold «tenho um segredo para vos dizer «off the record»: é que o meu professor de inglês foi o Sylvester Stallone».

Ao contrário de
«Os Mercenários», em «The Expendables 2», Arnold e Bruce Willis não se resumem a falar e têm mesmo cenas de ação, e ao lado de Stallone, cumprindo o sonho de muitos fãs de cinema de pancadaria dos anos 80. «A cena final do filme é extraordinária porque reúne toda a gente numa luta explosiva», disse Stallone, que não tem dúvidas em afirmar que a sequela é melhor que o original: «em cada filme que fazemos há dúvidas, problemas a resolver, é preciso encaixar tudo no sítio certo. Na sequela já sabemos o que funcionou e o que falhou, e é só amplificar a experiência do primeiro filme. Por isso é que muitas sequelas são melhores que o original».

O nível de sangue, contudo, continua alto, algo que não parece incomodar os atores: o próprio Arnold disse que, nos últimos anos, em que esteve afastado do cinema, sentiu falta de «cortar cabeças e braços e explodir pessoas. É algo que apetece várias vezes fazer na política, mas que infelizmente não nos deixam».

O restante painel de vez em quando lá conseguia dizer qualquer coisa. Terry Crews foi o mais animado, revelando como trabalhar com os colegas foi um sonho de juventude, e que os filmes de ação da época lhe moldaram a personalidade, quase como uma religião. «Eu sou de Flint, Michigan, devia estar na cadeia. Mas isto é a América, onde os sonhos se concretizam». Quando Arnold elogiou a musculatura bem definida do colega Crews, ele exclamou «agora já posso morrer! O Arnold gostou dos meus músculos».

Quanto a Dolph Lundgren, chamado a responder se era verdade que ele mandou Stallone para o hospital durante a rodagem de
«Rocky IV», respondeu: «Ele era o meu patrão, por isso quando me disse para lhe bater com toda a força, eu bati». Resultado: Sylvester foi de helicóptero para o hospital, onde pensaram que ele tinha sido atingido por um automóvel.

Mas mais divertido que tudo foram as perguntas da audiência, bem familiarizada com os musculados «action-heroes». Por exemplo, um dos fãs perguntou unicamente: «como se usam as três conchas?», em referência a um substituto do papel higiénico no mundo futuro de
«Homem Demolidor», ao que Stallone respondeu «só me explicaram que se usava da mesma maneira que os pauzinhos, foi a única coisa que me disseram»; outro, vestido de Conan, imitou a voz de Arnold e perguntou-lhe sobre o muito falado terceiro filme de «Conan, o Bárbaro», que se chamaria «King Conan», ao que ator respondeu, citando a personagem do guerreiro cimério: «Crush you enemies, see them driven before you, and hear the lamentation of their women»; e ainda outro, citou uma deixa de
«Rambo II» em que Stallone teria dito «I'm expendable» perguntando se tinha sido ela a inspiração do título do filme, ao que o protagonista reconheceu que sim, que gostava de se roubar a si próprio e que daí a poucos anos, com a idade a avançar, em vez de fazerem «The Expendables» estariam a fazer «The Dependables».

Não faltaram, claro, perguntas mais curiosas, como «se vocês os cinco começassem à tareia, quem venceria?», ao que Stallone respondeu «Quem tiver o melhor advogado», acrescentando que seria eventualmente Randy Couture, antigo campeão de Mixed Martial Arts, que «fazia os duplos voarem pelas paredes». E as perguntas delirantes não ficaram por aí: Um fã, vestido de cavaleiro jedi, perguntou se haveria hipótese de haver jedis num eventual «Expendables 3», e dois gémeos com t-shirts de
«E.T.O Extraterrestre» quiseram saber mais sobre a sequela do filme...
«Gémeos» [o argumento está a ser desevolvido e chamar-se-á «Triplets», com
Eddie Murphy a juntar-se a Arnold e
Danny DeVito].

«The Expendables 2», estreia nos EUA a 17 de agosto e em Portugal um dia antes, a 16 de agosto, com o título «Os Mercenários 2». O argumento, segundo o próprio Stallone, arranca com a equipa de mercenários envolvida numa situação inesperada com outros mercenários, na sequência da qual a sua personagem é chantageada pela de Bruce Willis a participar noutra missão, onde vão surgir imensas complicações mas na qual terão o auxílio de aliados inesperados. A cena final junta mesmo todos os «action heroes», com Stallone lado a lado com Arnold e Willis, numa cena de ação explosiva «como nunca se viu nem voltará a ver», rematou o protagonista.