O filme "O Poder do Cão" não foi poupado por Sam Elliott durante uma entrevista para o podcast "WTF".

"Queres falar dessa m****?", respondeu o ator antes de reforçar com um palavrão que não tinha gostado quando Marc Maron lhe perguntou se tinha visto o filme de Jane Campion para a Netflix que está nomeado para 12 Óscares.

Sam Elliott reage de forma pessoal à forma como o filme desconstruiu os arquétipos clássicos do western: apesar da única nomeação para os Óscares ter sido com "Assim Nasce Uma Estrela" (2018), a carreira do ator é indissociável do género, desde os filmes "John Sem Lei", "Tombstone" e "Terra Perdida", aos telefilmes "The Shadow Riders" e "The Quick and the Dead", passando pela recente minissérie "1883".

O Poder do Cão

Na entrevista, os cowboys no filme de Jane Campion são comparados aos dançarinos Chippendale que “usam laço e pouco mais".

"É com eles que todos os cowboys naquele filme se parecem. Estão sempre a correr com Chaps [as resistentes coberturas de couro usadas sobre as calças] e sem camisa. Há todas essas alusões à homossexualidade ao longo do filme", especificou.

O entrevistador recorda que o tema do filme anda precisamente à volta disso [a personagem de Benedict Cumberbatch compensa a sua homossexualidade reprimida com hipermasculinidade], o que leva o ator de 77 anos a virar-se para Jane Campion, a quem reconhece o talento mas critica a abordagem, interrogando-se "onde está o western neste western".

"O que raio sabe esta mulher? Ela é uma realizadora brilhante. Gosto do seu trabalho anterior. Mas o que raio sabe esta mulher da Nova Zelândia sobre o Oeste americano? E por que raio ela roda este filme na Nova Zelândia e lhe chama Montana? E diz 'É assim que era'. Isso não me caiu bem. E o mito é que eles eram estes machos por lá com o gado. Acabei de chegar do raio do Texas [na rodagem de "1883"], onde passei muito tempo com famílias, não homens, mas famílias, grandes, longas, extensas e de várias gerações que ganhavam a vida e as suas vidas eram sobre ser cowboys. E quando vi, pensei ‘Que porra é esta? Onde estamos hoje neste mundo?'", continuou Sam Elliott com termos muito específicos.

"Cumberbatch nunca largou a porra dos seus chaps. Tinha dois pares de chaps. Um par de lã e um par de couro. Nunca andou a cavalo. Talvez uma vez. Entrava no raio da casa, subia as malditas escadas, deitava-se cama com os seus chaps e tocava o banjo. Eu fiquei tipo 'Que porra é esta? Onde está o western neste western?. Encaro isto de forma pessoal. Encaro isto de forma muito pessoal", desabafou.

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