A presença no palco dos Óscares de Sacha Baron Cohen como Ali G foi feita à revelia dos produtores da cerimónia, que lhe disseram claramente que devia aparecer como ele próprio e não como uma das suas personagens.

Foi a própria estrela que o confirmou numa entrevista ao programa This Morning, da estação britânica ITV.

"Os Óscares falaram comigo antes e disseram que não queriam que fizesse nada fora do normal, eles queriam que eu apenas apresentasse como eu próprio. Felizmente, a  Isla colocou-me a barba de Ali G na casa de banho para deficientes e consegui safar-me com isso."

Isla Fisher, mulher do ator, acrescentou que os dois se trancaram durante 40 minutos, alegando que ele estava com uma intoxicação alimentar quando batiam à porta.

Ainda assim, o comediante estava nervoso com a reação à sua manobra e falou com alguém importante: o próprio anfitrião da cerimónia.

"Encontrei o Chris Rock no caminho e apresentei-lhe a atuação. Ele aprovou, portanto avancei."

Em palco ao lado de Olivia Wilde, representando "todos os que foram ignorados", como "Will Smith. 'Idris Elbow' [Idris Elba] e, obviamente, o espantoso tipo negro de 'Star Wars'... Darth Vader", Ali G gozou com o debate da diversidade antes de apresentar o filme "Quarto" como "um filme sobre um quarto cheio de brancos".

Os analistas consideraram que foi um dos grandes momentos da noite dos Óscares.

Vale a pena recordar que em 2012 Sacha Baron Cohen, um dos protagonistas de "A Invenção de Hugo", de Martin Scorsese, foi convidado para apresentar um Óscar, mas a proposta foi retirada por querer aparecer como o general Haffaz Aladeen, do filme "O Ditador".

A personagem ainda assim fez uma célebre aparição na passadeira vermelha, deitando 'cinzas" em cima de Ryan Seacrest.

Este ano, o apresentador do canal E! evitou-o, mas houve um final feliz: o ator interrompeu a entrevista a Lady Gaga para lhe dar um abraço. Sem nada nas mãos.