Um tribunal na Polónia rejeitou o pedido das autoridades norte-americanas para extraditar o cineasta Roman Polanski por causa da sua condenação por violação de uma jovem de 13 anos em 1977.

O tribunal reuniu-se esta sexta-feira em Cracóvia, onde Polanski, com 82 anos, decidiu não comparecer "por motivos emocionais", segundo os seus advogados.

Os Estados Unidos solicitaram em janeiro a extradição do realizador de filmes como "O Pianista" e "Chinatown", acusado de violar Samantha Geimer em 1977, quando ela tinha 13 anos, após uma sessão de fotos em Los Angeles. Polanski tinha então 43 anos.

Na época, Polanski chegou a acordo com as autoridades e declarou-se culpado de assédio sexual contra a menor, embora tenha conseguido evitar ir a julgamento após passar alguns dias detido. No entanto, acabou por fugiu dos EUA no ano seguinte por medo de ser sentenciado a uma pena mais dura.

Em setembro de 2009, foi detido na Suíça a pedido das autoridades americanas, o que voltou a trazer o caso para a frente mediática. Recebeu o apoio de várias individualidades de Hollywood e da Europa e em julho do ano seguinte, um tribunal declarou-o um homem livre, mas várias sondagens indicavam que a maioria da opinião pública nos EUA, Polónia e França era a favor da extradição.

No mesmo sentido pronunciou-se um ex-ministro da Justiça do partido conservador católico que venceu as eleições legislativas polacas no domingo passado.

"A pedofilia é um mal que deve ser perseguido", disse Zbigniew Ziobro. "Se o futuro ministro da Justiça, seja quem for, tiver que tomar uma decisão deste tipo no futuro, teria que dar o seu aval para [que se realize] a extradição", acrescentou.

Em mais de uma ocasião, Samantha Geimer disse ter perdoado o cineasta, chegando a acusar a comunicação social, o tribunal e o juiz encarregues do caso de lhe terem causado mais danos do que Roman Polanski.