Desde o mês de Setembro que o realizador franco-polaco
Roman Polanski se encontra preso na Suíça, onde se deslocou para receber um prémio honorário. A razão é antiga: o cineasta fugira em 1978 dos EUA para não ser sujeito à pena de prisão que lhe fora então aplicada pela acusação de ter relações sexuais com uma jovem de 13 anos, de que ele se declarara culpado. Ao abrigo de um antigo acordo da extradição entre a Suíça e os EUA, Polanski foi detido, acção que provocou imediatamente intenso debate internacional, com vozes de apoio e repúdio a surgirem das mais altas individualidades.
Acaba agora de ser confirmado que o tribunal suíço aceitou o pedido de prisão domiciliária efectuado por Polanski, contra uma caução de 4.5 milhões de dólares. O cineasta ficará confinado ao seu chalet suíço em Gstaad, com pulseira electrónica. A decisão provocou alguma surpresa uma vez que já estava a ser tentada há algum tempo, com os recursos interpostos pela defesa do realizador a serem consecutivamente rejeitados, alegando elevado risco de fuga.
As razões para a decisão foram expressas pelo próprio tribunal: «O apelante de 76 anos é casado e pai de dois menores. Pode ser assumido que enquanto pai responsável, e especialmente tendo em conta a sua idade avançada, ele atribuirá maior importância à segurança financeira da sua família que uma pessoa mais jovem». A garantia bancária de 4,5 milhões de dólares, aplicada com a casa da sua família em Paris como contrapartida, reverterá para o governo suíço em caso de fuga do cineasta, que garantiu que isso seria lesivo para a segurança financeira dos filhos.
O realizador, que vive em França desde a fuga aos EUA, terá agora de aguardar que os tribunais suíços decidam se irão aceitar o pedido oficial de extradição que as autoridades norte-americanas pediram há cerca de um mês.
Mathilde Seigner, cunhada do cineasta, disse ao «Le Parisien» estar «muito feliz e aliviada», sublinhando que o aprisionamento de Polanski tinha tido «imensas consequências psicológicas» nos filhos do realizador.
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