Uma das grandes revistas de cinema e TV na França pediu desculpa esta sexta-feira após receber críticas de vários setores por fazer capa com sete homens.

Profissionais do cinema como a atriz Alexandra Lamy e a argumentista e realizadora Audrey Diwan, políticos, comunicação social e ativistas da igualdade de género e diversidade criticaram a capa da edição de 30 de setembro da "Le Film Français" que junta o presidente do estúdio Pathé Jérome Seydoux com os atores (da esquerda para a direita) Pio Marmaï, Guillaume Canet, Vincent Cassel, François Civil, Pierre Niney e Danny Boon.

O pretexto foi a FNCF, a convenção anual dos exibidores franceses que decorre esta semana em Deauville, e o título "Objetivo: reconquista" alude ao facto de que todos eles estão em grandes produção que chegarão aos cinemas em 2023, ano em que se espera que a indústria deixa para trás as consequências mais nefastas causadas pela pandemia.

"Se estamos a incomodar, só têm de nos dizer", escreveu nas redes sociais Audrey Diwan, que ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza no ano passado com "O Acontecimento".

"Sem mulheres, sem diversidade. Grande classe!", respondeu Alexandra Lamy.

Após as reações, a revista francesa, de leitura obrigatória na indústria como as equivalentes americanas Variety e The Hollywood Reporter, publicou no seu 'site' um comunicado a pedir desculpa.

"Após as reação ao número que foi lançado hoje, a ‘Le Film Français’ deseja falar. A capa da 'Le Film Français' gerou inúmeras reação, o que compreendemos. A escolha do fotografia e da terminologia foram ambas infelizes e lamentáveis. Foi uma escolha da equipa editorial e não das pessoas na imagem e não reflete as convicções da equipa ou da linha editorial da 'Le Film Français'. A revista explicou que a escolha dos temas da capa foi inspirada no desejo de destacar alguns dos principais filmes franceses com lançamento previsto para 2023 que foram apresentados no dia dos distribuidores da conferência FNCF", explica.

"Transmitimos isto involuntariamente com uma imagem não representativa do cinema francês, dos artistas ou da Pathé. O que lamentamos. Isto mostra o quão vigilantes precisamos estar a cada momento para garantir o sucesso na batalha pela paridade”, concluiu a revista.