Uma sondagem do The Hollywood Reporter em novembro de 2018 indicava que 71% provavelmente iriam ver mais depressa um quarto filme "Regresso ao Futuro" (1985-1990) do que um novo capítulo das sagas "Harry Potter", "Star Wars", "Toy Story" ou Marvel.

Isto ajuda a explicar  o entusiasmo com que os fãs reagem quando os atores se encontram, como se viu quando Michael J. Fox (Marty), Christopher Lloyd (Doc), Lea Thompson (Lorraine) e Thomas Wilson (Biff) se juntaram na Fan Expo Boston no mesmo ano.

Christopher Lloyd insiste que está disponível para mais filmes e Michael J. Fox sempre disse que não estava nas suas mãos pois o guardião da saga é co-criador e argumentista Bob Gale, que sempre rejeitou categoricamente a ideia, tal como Robert Zemeckis, o realizador da saga.

Os dois colocaram nos seus contratos com o estúdio Universal que nenhum filme novo podia ser feito sem a sua autorização. E não têm faltado insistências para eles mudarem de ideias.

"Está sempre a acontecer. Sempre. 'O que podemos fazer para vos convencer a avançar?", contou Bob Gale numa nova entrevista à BBC a propósito da estreia em Londres de uma versão musical para teatro do primeiro filme na quinta-feira (20).

"Nós dizemos 'Nada'. 'Vocês ganhariam uma fortuna'. 'Nós já ganhámos uma fortuna'", acrescentou sobre as tentativas de persuasão do estúdio.

"Sabe, não se vendem os filhos para prostituição. Era errado fazê-lo. Colocámos 'Fim' no final da terceira parte", reforça.

Bob Gale também indica que Michael J. Fox "não está em forma" para fazer filmes "e ninguém quer ver o Marty McFly com a doença de Parkinson e ninguém quer ver outro ator a fazer de Marty McFly se é suposto ser uma continuação".

A moda atual de trazer de volta as sagas antigas também pode não ter os resultados esperados, sugeriu: "Já vimos os filmes 'Star Wars' e Luke Skywalker é um velho. Isso pode ser um pouco penoso, certo?"

"Nós aprendemos com o facto de que tantos estúdios voltaram à fonte para algumas das suas sagas demasiadas vezes e os espectadores ficam desiludidos e dizem 'Meu deus, eles arruinaram a minha infância", recordou.

"Não queremos arruinar a infância de ninguém e fazer um musical foi a forma perfeita de dar ao público mais 'Regresso ao Futuro' sem estragar o que foi feito antes", concluiu.