Em criança, o cineasta sofreu um acidente que o fez perder um olho e agora está prestes a desenvolver uma tecnologia que poderá tornar o seu problema numa vantagem.
O objectivo é que a câmara oculta no lugar do olho de Spence possa secretamente gravar imagens de pessoas para um projecto que abordará o tema da disseminação de câmaras de vigilância.
Rob Spence diz ter-se apercebido das potencialidades da ideia quando olhou para a câmara do seu telemóvel e se apercebeu que podia reproduzir a visão de um humano em imagens filmadas colocando aquele pequeno aparelho que conseguiria imitar os movimentos de um olho real.
O realizador planeia tornar-se uma
«máquina de vigilância humana», explorar assuntos privados e perceber se caminhamos para uma
«sociedade Orwelliana» (o termo vem do nome de George Orwell que escreveu
«1984», o livro onde surge pela primeira vez o conceito de
Big Brother).
O canadiano tem recebido ajuda de vários especialistas para que seja possível colocar toda a tecnologia neste olho inovador. A equipa que está a desenvolver o projecto acredita que este pode ser um primeiro passo em avanços tecnológicos para devolver a visão a invisuais.
Rob Spence, que já se auto-apelida de
eyeborg, explica que um documentarista «tenta estabelecer uma ligação com as pessoas» e que
«a melhor maneira de criar uma ligação é através do contacto visual». Apesar disso, o cineasta confessa algumas reservas já que, à medida que se aproxima a hora de colocar o seu novo olho, as pessoas parecem começar a temê-lo por nunca terem a certeza em que momento ele poderá estar a filmar.
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