O realizador Brett Ratner definiu o Rotten Tomatoes como uma força destrutiva de Hollywood.

"Atualmente, a pior coisa que temos na cultura cinematográfica é o Rotten Tomatoes. Acho que é a destruição do nosso negócio", comentou no Festival de Cinema de Sun Valley durante o último fim de semana.

O site é um agregador das críticas que estão disponíveis de diversos meios sobre filmes e, com menos impacto, séries de TV.

Muitas vezes a partir de mais de uma centena de críticas, chega-se a uma percentagem das críticas favoráveis para um determinado título, o chamado "Tomatometer". Se os comentários positivos chegarem aos 60%, o filme é considerado 'fresh' [fresco], mas se for menos é considerado 'rotten' [podre].

Esse valor acaba por ser visto por muitos visitantes como um "veredicto", tornando-se um fator que pode influenciar no momento de escolher qual o filme a ver nas salas.

Enquanto cineasta, Ratner fez por exemplo "Dragão Vermelho" (69%) , "X-Men: O Confronto Final" (58%), "Hércules" (60%)  e os três títulos da saga "Hora de Ponta" (que começou com 60% e se despediu, ao terceiro filme, com 18%).

Tem ainda outros interesses na indústria pois também é produtor, tanto de forma direta, por exemplo com a série "Prison Break", como através da produtora RatPac Entertainment, que ajudou a fazer vários títulos importantes, nomeadamente "Sniper Americano" (72%), "San Andreas" (48%), "Mad Max: Estrada da Fúria" (97%) e "Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça" (27%).

"Tenho tanto respeito e admiração pelas críticas cinematográficas. Quando estava a crescer, era uma verdadeira arte. E existia intelectualidade nisso. [...] Agora, é sobre um número. Um número combinado de quantos positivos e negativos. Agora é sobre 'Qual o teu resultado no Rotten Tomatoes?' E isso é triste porque o resultado do Rotten Tomatoes para o 'Batman v Super-Homem' era tão baixo [está agora nos 27%] que acho que colocou uma sombra sobre um filme que foi incrivelmente bem sucedido", acrescentou durante o festival.

Para Ratner, o site não só é tóxico como a agregação das críticas de meios com diferente credibilidade acaba ser pouco representativo do valor de um filme.

"É simplesmente de loucos, está a prejudicar o negócio, está a levar as pessoas a não irem ver um filme. No interior da América é 'Oh, tem um resultado baixo no Rotten Tomatoes, portanto não vou ver porque deve ser uma porcaria'. Mas esse número é um agregado e um que ninguém consegue perceber exatamente o que representa e não está sempre certo. Vi alguns grandes filmes que têm resultados abismais no Rotten Tomatoes. O que é triste é que desapareceu a crítica cinematográfica. É realmente triste", concluiu.

A pedido da revista Entertainment Weekly, Jeff Voris, do Rotten Tomatoes, reagiu às declarações.

"No Rotten Tomatoes concordamos completamente que a crítica cinematográfica tem valor e é importante e estamos a tornar mais fácil aos fãs do que foi alguma vez o  acesso num só lugar a potencialmente centenas de críticas profissionais para um filme ou série específico. O resultado do 'Tomatometer', que é uma percentagem das críticas positivas publicadas por críticos profissionais, tornou-se um instrumento útil de decisão para os fãs, mas acreditamos que é apenas um ponto de partida para eles começarem a discutir, debater e partilhar as suas opiniões", esclareceu o responsável em comunicado.

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